sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dieta e perda de peso após o Câncer de Mama

Dieta de prevenção ao câncer de mama

Saiba quais os alimentos que ajudam a manter o corpo enxuto e afastar a doença

Fartar-se de verduras, legumes e frutas é indicação presente em toda e qualquer dieta ou reeducação alimentar. Para prevenir-se do câncer de mama, a recomendação não é diferente. Alguns detalhes e conhecimentos específicos sobre propriedades dos alimentos que você ingere, porém, podem ajudar a manter o corpo mais enxuto e a doença cada dia mais distante.

Sabe que nem sempre é possível uma comidinha com ingredientes selecionados. Por isso, recomenda-se que as pacientes componham um prato bem colorido na hora do almoço fora de casa, pois a variedade de cores garante riqueza de vitaminas e minerais na refeição.

Cápsulas com suplementos também devem ser banidos. Conforme estudos, há um benefício maior ao consumir o alimento natural, fresco, rico em substâncias protetoras, que são melhores absorvidas e aproveitadas que um comprimido com o agente isolado.
Confira as dicas abaixo para um cardápio adequado:

- Dê preferência aos alimentos naturais e frescos, com ênfase para um maior consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), cereais integrais e leguminosas.

- Procure ingerir as hortaliças cruas, e as que necessitarem de cozimento, opte pela cocção a vapor e evite ficar muito tempo sob a ação do calor e/ou em ebulição na água.

- Evite a ingestão de produtos industrializados ricos em produtos químicos (conservantes, corantes, aromatizantes, etc), enlatados, em conserva, alimentos conservados em sal, temperos prontos, etc.

- Evite as frituras, os alimentos gordurosos (ricos em gordura saturada), embutidos e defumados (carnes gordas, bacon, lingüiça, salsicha, frios, leite integral, manteiga, queijos gordos, maionese, creme de leite, pele de frango, salgadinhos, fast food, etc).

- Dê preferência aos produtos integrais no lugar dos refinados. Eles contêm maior teor de vitaminas e sais minerais que se perdem no processo de refinamento.

- Dê preferência aos peixes e aves, e quando consumir carne vermelha, opte pelos cortes que têm menos gorduras.

- No preparo dos alimentos use óleos vegetais (em pequenas quantidades) e temperos naturais (cebola, alho, salsinha, cebolinha, etc); para temperar as saladas, azeite de oliva extra virgem, ervas aromáticas (orégano, manjericão, alecrim, hortelã...) e uma pitada de sal. Evite os molhos prontos e/ou à base de creme de leite ou maionese.

- Evite doces em geral, refrigerantes e bebidas alcoólicas (o álcool aumenta a produção de estrogênio, portanto seu consumo está relacionado ao aumento do risco de desenvolver o câncer de mama).

- Varie sempre os alimentos para que sua alimentação não fique monótona e capriche nas cores, quanto mais colorida for sua alimentação, mais vitaminas e minerais estarão presentes!

- Mantenha o peso adequado. O excesso de gordura estimula a produção de certos
hormônios e processos inflamatórios.

- Lembre-se: mantendo uma alimentação saudável conseqüentemente terá um peso saudável!

- Pratique atividade física regularmente.

Fatores de proteção
Algumas substâncias encontradas nos alimentos possuem propriedades protetoras e contribuem para reduzir os riscos de câncer de mama, e devem ser enfatizadas:

Fitoestrogênio
Fitoestrogênio é um grupo de substâncias encontrado nas plantas e que agem como versão mais fraca do estrogênio humano, limitando o efeito potencialmente prejudicial do estrogênio humano.

Alimentos ricos em fitoestrogênio: alimentos como grãos integrais, ervilhas, feijão, vegetais e frutas contém fitoestrogênio. Soja e alimentos à base de soja, como leite de soja e tofu (queijo de soja), são uns dos mais ativos alimentos que possuem fitoestrogênio.

Antioxidantes
São substâncias que possuem a função de proteção celular contra os efeitos nocivos dos radicais livres (provenientes da oxidação da membrana celular e provoca efeito tóxico e degenerativo no organismo). Entre eles estão:

Vitamina C: encontrada nas frutas cítricas, em especial, na acerola, caju, kiwi, morango, laranja, goiaba, no tomate, pimentão e repolho.

Vitamina E: encontrada no gérmen de trigo, vegetais de folhas verdes escuras, gema de ovo e castanhas.

Licopeno: pigmento encontrado no tomate, goiaba, pitanga, melancia e uva.

Betacaroteno: pigmento encontrado em vegetais e frutas alaranjadas - cenoura, mamão, manga e abóbora.

Fibras
As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a reduzir a formação de substâncias cancerígenas no intestino grosso e a diminuir a absorção de gorduras. Ingerir mais fibras também é considerado um fator de proteção, já que a fibra prende o estrogênio e aumenta a quantidade que você elimina deste.

Estudos mostram a redução de 30% no risco de mulheres que consome 25 a 30 gramas de fibras por dia. As fibras estão presentes nos seguintes alimentos: grãos e cereais integrais, leguminosas, castanhas e sementes, hortaliças e frutas.

Ácidos Graxos Ômega-3 ou Linolênico
Gordura monoinsaturada encontrada especialmente no azeite de oliva extra virgem e também em peixes como salmão, arenque e sardinha. Vale lembrar que a mudança nos hábitos alimentares ajuda não só a reduzir os riscos de desenvolvimento de um câncer, bem como contribui para a prevenção de várias outras doenças, somente se for adotada constantemente no decorrer da vida.

Para ilustrar como seria uma alimentação indicada para a prevenção ao câncer de mama, a nutricionista propõe um cardápio especial:

Café da manhã: café com leite desnatado, pão integral com geléia sem açúcar e queijo branco, e uma porção de fruta

Lanche da mannhã: um iogurte com cereal matinal (tipo granola sem açúcar)

Almoço: salada de folhas variadas, cenoura e beterraba ralada; arroz, feijão, filé de frango grelhado com molho de tomate (natural) e couve refogada.
Sobremesa: salada de frutas

Lanche da tarde: vitamina (leite de soja + 1 fruta + aveia)

Jantar: salada de folhas variadas, tomate e grão de bico; salmão ao forno, brócolis, batata cozida. Sobremesa: uma porção de fruta

Ceia: uma fatia de queijo branco ou tofu

Adaptado do site www.nutrionco.com.br

domingo, 23 de outubro de 2011

Ganho de peso aumenta o risco de reincidência de câncer de mama, diz estudo

OAKLAND - Pessoas que sobreviveram ao câncer de mama e tiveram um grande aumento de peso (10% a mais que o peso antes do diagnóstico) tiveram 14% mais chance de reincidência do câncer, comparadas às mulheres que mantiveram o peso estável, de acordo com uma pesquisa da Califórnia apresentada no encontro da Associação Americana de Pesquisa do Câncer.

A maioria das mulheres não ganha tanto peso após o diagnóstico, mas nossa análise mostrou uma associação com resultados piores para aquelas que ganham - explicou a pesquisadora Bette Caan, da Kaiser Permanente Division of Research.

Além disso, os ganhos de peso tendem a ser maiores em mulheres originalmente mais magras, segundo a pesquisadora. Este agrande aumento de peso ocorreu em 16% das mulheres. Cerca de 19% das mulheres com Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 25 ganharam muito peso e apenas 11% com IMC maior que 30 entraram nessa categoria.

Os dados do estudo são do After Breast Cancer Pooling Project, que inclui 18.336 pessoas que sobreviveram ao câncer, dos EUA e de Shanghai.

Fonte: www.oncoguia.com.br

Saiba como o álcool afeta seu corpo

Especialistas dizem que não existe limite seguro para o consumo e recomendam que autoridades conscientizem população sobre riscos.


Os efeitos do consumo do álcool a curto prazo são conhecidos: ressacas, cansaço, má aparência.

A longo prazo, a ingestão da substância está associada a várias condições, entre elas o câncer da mama, câncer oral, doenças cardíacas, derrames e cirrose hepática, entre outras.

Pesquisas também associaram o consumo de álcool em doses elevadas à problemas de saúde mental, perda de memória e diminuição da fertilidade.

Entretanto, estudos também concluíram que, ingerida com moderação, a substância pode ter um efeito benéfico, ajudando a proteger o coração ao elevar os índices de bom colesterol no organismo e impedir a formação de coágulos sanguíneos.

As mensagens são contraditórias, levando especialistas ouvidos pela BBC a recomendar que as autoridades sejam mais claras em suas campanhas de conscientização.

Não existe nível absolutamente seguro de consumo de álcool, dizem. Mas se você quer beber, não exceda 21 unidades por semana para homens e 14 unidades por semana para mulheres.

Problemas Cardíacos e Câncer

A ingestão de mais de três copos de bebida alcoólica por dia prejudica o coração.

O consumo excessivo, especialmente a longo prazo, pode resultar em pressão alta, cardiomiopatia alcoólica, falência cardíaca e derrames, além de aumentar a circulação de gorduras no organismo.

As associações entre o consumo de álcool e o câncer também são bastante conhecidas.

Um estudo publicado no British Medical Journal no ano passado concluiu que o consumo de álcool provoca pelo menos 13 mil casos de câncer por ano na Grã-Bretanha, nove mil em homens e quatro mil em mulheres.

O efeito negativo do álcool para a saúde em geral pode estar associado a uma substância conhecida como acetaldeído - produto em que o álcool é transformado após ser digerido pelo organismo.

Essa substância é tóxica e experimentos demonstraram que ela danifica o DNA.

O cientista KJ Patel, que trabalha no laboratório de biologia molecular do Medical Research Council, na Grã-Bretanha, vem pesquisando os efeitos tóxicos do álcool.

"Não há a ocorrência de uma célula cancerosa a não ser que o DNA seja alterado. Quando você bebe, o acetaldeído está corrompendo o DNA da vida e colocando você no caminho para o câncer".

Imunidade e Fertilidade

Um relatório publicado recentemente na revista científica Bio Med Central (BMC) Innunology revelou que o álcool afeta a capacidade do organismo de combater infecções virais.

E estudos sobre fertilidade indicam que mesmo o consumo moderado da substância diminui a probabilidade de uma mulher conceber. Nos homens, o consumo excessivo diminui a qualidade e quantidade de esperma.

KJ Patel acaba de completar uma investigação sobre os efeitos tóxicos do álcool sobre ratos.

Seu estudo indica que uma única dose excessiva de álcool durante a gravidez pode ser suficiente para provocar danos permanentes sobre o genoma do feto.

A Síndrome Alcoólica Fetal, segundo Patel, "pode resultar em crianças com danos sérios, nascidas com anomalias na cabeça e face e com deficiências mentais".

Fígado

O médico Nick Sheron, que comanda a unidade de fígado do Southampton General Hospital, na Inglaterra, disse que os mecanismos por meio dos quais o álcool prejudica o organismo não são claros.

"A toxicidade do álcool é complexa, mas sabemos que há um relacionamento próximo e claro".

Quanto maior a ingestão semanal, maior o dano ao fígado e esse efeito aumenta exponencialmente em alguém que bebe de seis a oito garrafas de vinho - ou acima disso - nesse período.

Segundo Sharon, nas últimas duas ou três décadas, houve um aumento de 500% no número de mortes por doenças do fígado na Grã-Bretanha. Dessas, 85% foram provocadas pelo álcool. O ritmo desse crescimento começou a diminuir, mas muito recentemente.

"O álcool tem um impacto maior sobre a saúde do que o fumo porque ele mata em uma idade menor". Segundo o especialista, doenças do fígado provocadas pelo consumo de álcool matam por volta dos 40 anos de idade.

Álcool x heroína, crack e cocaína

O consumo de álcool é, cada vez mais, um problema de saúde pública.

No início do ano, o serviço nacional de saúde britânico, NHS, anunciou que internações associadas ao consumo de álcool na Grã-Bretanha atingiram nível recorde em 2010. Houve mais de um milhão de internações, em comparação com 945.500 em 2008-2009 e 510.800 em 2002-2003. Quase dois terços dos pacientes eram homens.

Segundo a entidade beneficente britânica Álcool Concern, há estimativas de que o número de internações possa alcançar 1,5 milhão por volta de 2015.

Quando são considerados os perigos para o indivíduo e a sociedade como um todo, o álcool é mais prejudicial do que a heroína e o crack - concluiu um estudo publicado no ano passado na revista científica The Lancet.

O estudo, feito pelo Comitê Científico Independente sobre Drogas, órgão científico independente que estuda as drogas e seus efeitos, concluiu também que o álcool é três vezes mais prejudicial do que a cocaína e o tabaco porque é usado de forma muito mais ampla.

Consumo recomendado

A diretora de pesquisas do Institute of Alcohol Studies, Katherine Brown, disse que as orientações atuais sobre o consumo de álcool e a forma como essas diretrizes são comunicadas à população podem estar contribuindo para a desinformação do público.

"Precisamos ser cuidadosos quando sugerimos que existe um nível "seguro" de ingestão. Na verdade, precisamos explicar que existem riscos associados ao consumo do álcool e que quanto menos você bebe, menor seu risco de desenvolver problemas de saúde".

Para a especialista, é preciso mudar a percepção de que "beber regularmente é uma prática normal e livre de riscos". O médico Nick Sheron concorda.

"Não existe um nível seguro. As pessoas apreciam um drink, mas precisam aceitar que existem riscos e benefícios".


BBC Brasil

Para 83% dos que fumam, câncer é lenda


Maioria dos fumantes ignora tumor que mais mata no País e não se imagina com a doença

Ao receber o diagnóstico de câncer de pulmão, pacientes costumam associar a doença ao tabagismo. Mas, apesar de a grande maioria ser fumante ou ex-fumante quando recebe a notícia, muitos (83%) afirmam nunca ter se imaginado com o problema. O tipo de tumor que mais mata no Brasil é também o que pode ser evitado mais facilmente.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 90% dos casos estão relacionados ao fumo. "Surpreendentemente, e apesar de saber que a doença é relacionada ao tabagismo, uma parcela não para de fumar quando descobre o câncer no pulmão", observa o oncologista Gilberto de Castro, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Quem larga o cigarro nessa fase, diz ele, tem melhor resposta ao tratamento em comparação aos que continuam fumando.

Pesquisa recente feita pelo Instituto Ipsos sob encomenda da empresa farmacêutica Pfizer traçou o perfil dos pacientes de câncer de pulmão e o impacto trazido pela doença - que provocou 20.622 mortes em 2008, segundo o mais recente levantamento do Inca.

O resultado das 201 entrevistas feitas em seis regiões do País para a pesquisa Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes mostrou que, além de impor uma rotina rígida de tratamento, a doença causa mudanças no relacionamento com família e amigos, aumenta a religiosidade e muda completamente os hábitos do doente.

Se, antes do diagnóstico, 75% apontavam a família como o principal grupo de sociabilidade, depois dele essa parcela passa a ser de 81%. Apenas 45% dos pacientes alegam poder contar com os amigos durante o tratamento. Enquanto isso, o apoio irrestrito da família é mencionado por 96%.

Para o oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio-Libanês, que coordenou a pesquisa, a mudança é observada com frequência. "O paciente passa a ter vários tipos de compromissos relacionados à doença, como exames e quimioterapia, e os amigos não conseguem acompanhá-lo", diz.

Em parte dos casos, o abalo emocional de receber o diagnóstico leva o paciente a "procurar apoio em todos os níveis", segundo explica o médico Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C.Camargo. "Quem não tinha religião, acaba se agarrando a algum apoio espiritual", comenta.

Segundo a pesquisa, antes de saber da doença, 79% dos pacientes afirmavam ter religião, parcela que pulou para 88% após o diagnóstico. Também foi constatado um aumento na frequência a cultos religiosos. O aposentado Alberto Alvarez, de 77 anos, encontrou na espiritualidade forças para os momentos difíceis ao saber que tinha câncer de pulmão, há 10 anos. "Quando a gente se vê numa situação assim, corre pra todos os lados", diz o católico com simpatia pelo espiritismo, hoje livre da doença. "Na minha cabeça, fumar era errado"

Em 1951, quando Alberto Alvarez tinha 17 anos, o cigarro era associado apenas ao glamour e à liberdade. "Naquele tempo, a gente ia ao cinema, assistia àqueles filmes e queria imitar os artistas", conta o aposentado. Na época, a população ainda não sabia que o hábito de fumar estava relacionado a vários tipos de câncer e a doenças cardiovasculares e respiratórias. Também não existiam ambientes livres de tabaco nem imagens desconcertantes na embalagem do cigarro.

Depois de 48 anos, Alvarez reconheceu que era hora de parar. Escolheu uma data emblemática - 9/9/1999 - e fez questão de não avisar a família, para o caso de a empreitada falhar. "Eu tinha na cabeça que fumar era errado. Quando encontrava com um amigo que tinha parado, procurava saber como ele fez."

Às vésperas do século 21, o modo como as pessoas encaravam o fumo também havia mudado. Alvarez conta que ficava triste quando, na fila do banco ou na rua, alguém olhava feio no momento em que ele acendia um cigarro.

Um ano e meio depois de ter abandonado definitivamente o vício, veio o diagnóstico em um check up de rotina: câncer de pulmão. Segundo especialistas, os ex-fumantes só se igualam aos que nunca fumaram no risco de desenvolver câncer 15 anos depois do abandono do cigarro.

Alvarez passou por uma operação complexa e teve de ficar internado durante cinco meses. Em vários momentos, a família foi avisada de que não havia muito mais a ser feito. Hoje, aos 77 anos, ele se considera feliz por estar curado.

Para seu médico, Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C.Camargo, a força de vontade e a cooperação foram essenciais. "A condição emocional é fundamental na evolução do tratamento. Se o paciente se deprime e desiste, ele tende a não resistir." Alvarez conta que não chegou a ficar triste quando recebeu a notícia da doença. "Foi a forma como o médico falou. Ele soube demonstrar o que estava acontecendo, relata, afirmando ter conseguido passar por tudo com tranquilidade porque confiava na equipe que o atendia. Efeito do cigarro só aparece a longo prazo, diz médico.

As ações antitabagistas - que ajudaram a reduzir em quase 50% a parcela de fumantes nas últimas duas décadas no Brasil - devem provocar nos próximos 10 anos um impacto no número de diagnósticos de câncer de pulmão. A previsão é do pneumologista Ricardo Meirelles, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca). "Acreditamos que esse impacto deva acontecer em um prazo mais longo porque o câncer de pulmão é uma doença lenta. Quem começa a fumar agora, vai ter mais riscos em 25 ou 30 anos."

Para Meirelles, as próximas estatísticas devem mostrar estabilização e queda do número de casos. Mas isso ocorrerá primeiro entre os homens. "Notamos que em alguns países a curva ascendente de câncer de pulmão entre os homens está estabilizando e a das mulheres crescendo. Elas começaram a fumar mais tarde." A estimativa de novos casos de câncer de pulmão para este ano no País é de 17, 8 mil entre os homens e 9.830 entre as mulheres.

O TUMOR EM NÚMEROS NO BRASIL

Para 2011, estão previstos 27.630 novos casos no País. Entre os homens, serão 17,8 mil novos pacientes. É segundo câncer mais incidente, perdendo para a próstata, que deve ter 52.350 novos casos este ano. Entre as mulheres, a doença fará 9.830 novas pacientes. É o quarto câncer mais incidente, perdendo para a mama (49.240), o colo de útero (18.430) e cólon e reto (14.800).

Trata-se do câncer que mais mata entre a população geral. Em 2008, último dado disponível pelo Inca, ela provocou 13.141 mortes entre homens e 7.480 entre mulheres em todo o Brasil 76% dos 201 entrevistados fumavam no ato do diagnóstico 29 anos é a média de tempo que fumaram (cerca de 40 cigarros por dia) 67% trabalhavam antes do diagnóstico. Desses, 88% trabalhava mais que 8 horas por dia.

Entre os fumantes, 59% relataram terem se sentido culpados no momento do diagnóstico 90% dos pacientes submeteram-se à quimioterapia, 65% à radioterapia e 31% à operação 87,5% dos pacientes afirmaram que se submeteriam a tratamentos experimentais 35% disseram que utilizariam tratamentos alternativos sem indicação do médico 90% relacionam o cigarro à doença; 49% citam as questões hereditárias; 36% associam sentimentos negativos ao câncer e 32% citam o estresse.

Jornal da Tarde
www.nutrionco.com.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Especialistas querem evitar tratamentos “inúteis” contra o câncer

Especialistas britânicos pediram aos doentes terminais de câncer evitar se submeter a tratamentos “inúteis” e caros que oferecem “falsas esperanças”, informou nesta terça-feira a revista médica “The Lancet Oncology”.

O professor Richard Sullivan, do King’s College de Londres, e um grupo de acadêmicos afirmaram que alguns médicos criam “expectativas irreais” nos doentes ao submetê-los a diversos tratamentos, ao invés de deixar que a família poupe o dinheiro para dar conforto ao paciente terminal.

O aumento do custo dos tratamentos se deve ao fato da maioria dos doentes ser idoso e serem oferecidos tratamentos modernos e complexos, acrescenta o artigo publicado nesta terça-feira.

“É preciso dar atenção especial aos custos do cuidado ao paciente com câncer no final da vida”, acrescentam. Os acadêmicos lembram que algumas formas de câncer são atualmente incuráveis.

Os estudos sugerem que grande parte dos custos totais do atendimento aos pacientes terminais corresponde às últimas semanas de vida, algo que resulta inútil, ressaltam os especialistas.

“Tratamentos como a quimioterapia nas últimas semanas de vida não só têm consequências financeiras para a família do doente e a sociedade, mas podem comprometer também a qualidade de vida do paciente”, afirmam.

Em seu estudo, os acadêmicos avaliaram uma série de tratamentos e observaram que muitas vezes mesmo os melhores podem ser inúteis. “Os médicos e a indústria da saúde criaram expectativas irreais para impedir o agravamento da doença e a morte”, insistem.

“Estas expectativas permitem a aplicação inadequada de tratamentos de eficácia relativa, inclusive a cirurgia”, afirmam os especialistas, destacando que nos países desenvolvidos o tratamento contra o câncer é uma “cultura do excesso”. “Estamos em uma sociedade centrada quase exclusivamente no lucro e esse lucro costuma ser pequeno”.

Portanto, o artigo evidencia que os médicos devem considerar a maneira mais efetiva e menos dispendiosa das opções disponíveis para estes pacientes, por isso sugerem o fornecimento de determinados remédios unicamente aos que possam tirar algum proveito.

Fonte: www.revistaonco.com.br

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Câncer exige mais cuidado bucal

Pacientes com a doença precisam de tratamento odontológico durante e após químio e radioterapia

Cerca de 80% dos pacientes com câncer desenvolvem, em algum período do tratamento, problemas bucais. A afirmação é do cirurgião dentista Alan Roger, do Ambulatório de Odontologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Segundo o especialista, esses problemas, que aparecem como efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia, merecem atenção especial na medida em que podem impactar no resultado final do tratamento.

"Toda pessoa que vai começar a ser tratada deve ser encaminhada para um cirurgião dentista para que seja feita a avaliação e a orientação pré-tratamento", recomenda o coordenador do Serviço de Saúde Bucal do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José, Luís Marcelo Sêneda.

De acordo com ele, como o tratamento contra o câncer provoca a queda da imunidade, uma situação que seria corriqueira em uma pessoa saudável pode sair do controle no caso do paciente oncológico. Roger explica que o problema é que a quimioterapia não é seletiva e, além de atacar as células do tumor, também ataca células de outros tecidos, como os da boca. Por isso, diz ele, surgem as feridas, chamadas de mucosites.

Comuns em pacientes oncológicos, essas feridas bucais são porta de entrada para bactérias que levam a infecções possivelmente fatais ao organismo já debilitado. "O paciente, que já enfrenta uma debilidade por causa da doença, torna-se vulnerável a infecções por causa das feridas", esclarece Roger. "Isso sem falar da dor que impede que ele (paciente) coma certos alimentos e que beba água. Ele fica ainda mais debilitado."

No caso daqueles que fazem tratamento com radioterapia, além das mucosites há também o risco de desenvolver as chamadas cáries de radiação. Um dos fatores que levam a essas cáries é o efeito da radiação sobre a produção de saliva. "Sem a saliva, os dentes quebram mais facilmente e as cáries progridem rápido", explica Roger, que além de atuar no Icesp também é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para o especialista, os pacientes devem ser orientados a intensificar os cuidados com o fio dental e a escovação e a aderir a bochechos com líquidos especiais receitados pelo dentista. A escova também deve ser mais macia para evitar lesões no interior da boca.

O dentista Marcelo Fardin, que atende pacientes com câncer no Hospital São Luiz, lembra que, em alguns casos, é preciso até interromper a quimioterapia para tratar de uma infecção adquirida pelo paciente em decorrência de um problema bucal. Por isso, centros de tratamento de câncer têm áreas específicas reservadas à odontologia. Além do Icesp, o Hospital São José, o Hospital São Luiz e o Ambulatório de Oncologia Pediátrica do Santa Marcelina oferecem esse tipo de serviço.

"Sequelas podem ser permanentes", diz médica do Icesp

Segundo a cirurgiã dentista Thais Brandão, que coordena o Ambulatório de Odontologia do Icesp, a manutenção odontológica é necessárias mesmo após o fim do tratamento oncológico. "Os cuidados bucais devem permanecer por toda a vida", diz, lembrando que algumas sequelas são permanentes.

A perda de paladar e candidose (conhecida como sapinho) são comuns em pacientes com câncer e, de acordo com especialistas, o profissional mais capacitado para atendê-los é o dentista com especialização em estomatologia. "A manipulação inadequada pode implicar em grandes riscos para o paciente", diz Luís Marcelo Sêneda, do Hospital São José.

Fonte:


Estadão
www.nutrionco.com.br