terça-feira, 26 de março de 2013

Mitos sobre nutrição prejudicam alimentação de pacientes com câncer

Icesp alerta que desinformação pode comprometer estado nutricional e retardar o tratamento

Um levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), apontou as principais dúvidas e questionamento dos pacientes oncológicos atendidos no serviço de nutrição da unidade. A pesquisa, feita com 1.400 pessoas, revelou que alguns mitos fogem bastante da realidade e que acabam prejudicando, e muito, o combate contra a doença.

Além do próprio tratamento, que pode provocar variadas sensações desagradáveis, comprometendo a alimentação, como boca seca, náuseas ou dor para engolir, a desinformação pode ser um fator agravante para o risco nutricional. Em junho de 2012, o grupo de nutricionistas que realiza atendimento ambulatorial aos pacientes do ICESP identificou importantes mitos que podem trazer malefícios a alimentação e, portanto, ao estado nutricional das pessoas que enfrentam a doença.

Algumas dúvidas como "comer carne vermelha faz o tumor crescer?", "pular refeições emagrece?" são exemplos de questionamentos comuns entre os pacientes e uma realidade que preocupa, já que esse grupo pode apresentar desnutrição até três vezes mais do que o observado em portadores de outras doenças. Isso acontece por vários fatores, entre eles, o estágio da doença e fase do tratamento, que pode causar efeitos colaterais, como a diminuição do apetite e as alterações no paladar.

De acordo com o a coordenadora do Serviço de Nutrição e Dietética do Icesp, Serena Nunes, é imprescindível desmistificar alguns desses questionamentos, para garantir a manutenção da saúde dos pacientes. "Manter uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para um bom quadro clínico e para a recuperação do paciente oncológico", alerta.

Veja abaixo o que é verdade e o que é mito quando o assunto é nutrição e câncer:

Mitos:

- Peixe, carne de porco e ovo não podem ser consumidos após a cirurgia, pois atrapalham na cicatrização.

- Carne vermelha alimenta o tumor.

- Não consumir alimentos ácidos durante a quimioterapia.

- Pular refeições emagrece.

- Beterraba por ser vermelha pode substituir a carne para evitar anemia.

Verdades:

- Peixe, carne de porco e ovo contém vitaminas do complexo B que ajudam no processo de cicatrização. Porém para um melhor processo de cicatrização deve-se manter uma alimentação adequada e não simplesmente consumir esses três alimentos.

- Carne vermelha, quando consumida em excesso, é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer. O problema não é a carne vermelha, em si, mas a quantidade ingerida - que deve ser de até 300g por semana.

- Durante a quimioterapia deve-se "evitar" e não "excluir" alimentos ácidos da alimentação, para prevenir o surgimento de feridas na boca (mucosite).

- Pular refeições, para o corpo, significa permanecer em jejum. Esse fato altera o metabolismo, que passa a gastar menor quantidade de energia. A alimentação deve ser feita em pequenas porções, a cada 3 horas. Assim, o corpo não altera o metabolismo.

- A beterraba não substitui a carne em relação à prevenção de anemia, pois o ferro da beterraba está presente em menor quantidade.

- Há alimentos que ajudam a prevenir o surgimento do câncer, como o tomate, a laranja, peixes, frutas e vegetais vermelhos e roxos, a soja, o brócolis, a maçã, o azeite de oliva extra-virgem e o alho. Estes alimentos são ricos em licopeno, ácido ascórbico (vitamina C), carotenóides e limonemos, ômega 3, flavonóide (antocianinca e quercetina) e resveratrol (casca de uva e vinho), Isoflavona, antioxidante, antitumoral e hipolipemiante (reduz as gorduras triglicérides e colesterol), carotenóide, isoticianoto e fibras, que trazem inúmeros benefícios ao organismo na prevenção de diversas doenças, incluindo o câncer
 

Tratamentos Alternativos: Mitos e Verdades Parte II

Os chamados tratamentos alternativos para o câncer necessitam de uma sucessão de estudos para comprovar a sua eficácia no tratamento. Embora já tenha sido comprovado em laboratório que a folha de graviola, na forma de acetogenina, tem atividade antitumoral, sua aplicação clínica ainda está distante. Para um medicamento ser adotado na prática clínica são necessários pesquisas aprofundadas e testes laboratoriais e em humanos, com tipos  tumorais diferenciados e cenários clínicos controlados. E os resultados precisam ser comparados aos de drogas já em uso. Caso sejam mais eficientes, o laboratório pede o registro às agências competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária  (Anvisa), no Brasil, e a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos. “É preciso informar a dose correta, sua eficácia e potencial terapêutico. Afirmações baseadas em achados laboratoriais são importantes, mas têm, obrigatoriamente, que ser confirmados por estudos clínicos [com pacientes]. É fundamental separarmos algo que é interessante ou até mesmo promissor, daquilo que é verdadeiro. Do mesmo modo, devemos separar o que é preventivo do que é terapêutico. Esses termos não podem ser confundidos e muito menos vendidos como falsa esperança”, adverte Herchenhorn. Ele menciona um produto divulgado até mesmo em matérias jornalísticas, como a cura do câncer de próstata. “Verificou-se que o PC-Spes, composto de oito ervas que prometia reduzir o nível do antígeno prostático específico (PSA) continha mistura variável de hormônios e anti-inflamatórios, o que levou à proibição de seu uso.”  Todo medicamento para entrar em uso rotineiro  precisa passar por várias etapas (pré-clínica, fase I, fase II e fase III), como explica o presidente da SBOC. “Nesse processo são avaliadas a toxicidade e a eficácia, e esta é comparada com o melhor tratamento disponível. essas substâncias naturais oferecidas na internet estão pulando tais etapas. Então, não sabemos se são tóxicas ou eficazes”, diz Silvestrini.

Os grandes avanços no tratamento de linfomas, leucemias agudas, câncer de testículo e carcinoma de bexiga foram obtidos por meio da condução de estudos clínicos. O oncologista estima que, a cada ano, cerca de 40 mil novas drogas sejam propostas para o tratamento do câncer e que, “ao final dos estudos, apenas uma ou duas deverão ter sua eficácia comprovada”.

Além do atraso no início do tratamento, o que pode significar a transformação de um tumor maligno curável numa doença fatal, os tratamentos não comprovados cientificamente causam danos psicológicos e financeiros, já que muitos doentes correm o risco de empobrecer no desesperado esforço pela busca da cura.  Mestra em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), a advogada especializada em direito civil e administrativo Nara Saraiva assegura que expor à venda ou induzir ao consumo de qualquer produto terapêutico não registrado na Anvisa constitui infração sanitária grave, além de poder ser considerado crime contra a pessoa, já que o responsável se vale de um momento de fragilidade das famílias e dos enfermos para ganhar dinheiro  anunciando curas não comprovadas. No fim de outubro, dois homens foram presos no Rio por venderem medicamentos contra o câncer sem registro. A pena de cada um pode chegar a 15 anos de prisão “As pessoas devem estar atentas para não cair no conto do milagre. devem conversar com seus médicos, mencionando até mesmo esses e-mails e sites absurdos que se aproveitam da boa-fé das pessoas fragilizadas”, sugere. Ela diz que a internet representa um grave problema para as autoridades sanitárias, já que é difícil controlar tudo o que é anunciado, e recomenda que blogs e sites irregulares e fraudulentos sejam denunciados à Anvisa, por e-mail ou carta. A recomendação de tratamentos alternativos por  profissionais da saúde também é passível de punição. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, aproximadamente 95% do conhecimento disponível em fitoterapia provém da sabedoria popular. Mesmo sendo  livre para adotar a prescrição que achar conveniente ao seu paciente, o médico assume o risco caso adote um medicamento que não seja cientificamente comprovado, não surta o efeito desejado ou possa provocar reação adversa. Nesses casos, não sendo o paciente esclarecido pelo médico sobre essas possibilidades, ele pode entrar com denúncia no Conselho Regional de Medicina, e o médico, sofrer penalidades.

Fonte: www.inca.gov.br

Tratamentos Alternativos: Mitos e Verdades Parte I



Quando descoberto, o câncer causa um misto de emoções: indignação, raiva, revolta, medo...No entanto, um sentimento se sobrepõe aos demais: esperança, com ela, a vontade de sobreviver. E esse desejo leva muitas pessoas a procurarem tratamentos não convencionais, como aqueles à base de plantas ou religiosos.  Fundador da empresa de tecnologia Apple, o empresário Steve Jobs foi um dos que retardaram a cirurgia do câncer de pâncreas para aderir a um tratamento com ervas, o que agravou seu quadro. O vale-tudo pela cura do câncer apregoa o poder curativo de substâncias naturais livremente, tanto por meio de cartazes colados em postes quanto pela internet, e dá falsas esperanças para quem precisa enfrentar a doença.
Estimativa da American Society of Clinical Oncology (Asco) mostra que cerca de 80% dos pacientes com neoplasias recorrem, em algum momento, ao tratamento alternativo. O chefe do Serviço de Oncologia Clínica do INCA, Daniel Herchenhorn, adverte: “Não há nenhum indício de que esses tratamentos contribuam para a regressão ou a cura do câncer”. Professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da Oncologia Cirúrgica do Hospital São José (SP), o cirurgião torácico Riad Younes diz que tem visto diversos ‘Srs. e Sras. Jobs’. “São muitos os exemplos de pacientes que, infelizmente, postergam tratamentos eficientes, para fazer cirurgia espiritual ou outro método sem comprovação científica, e, quando retornam, a doença não é mais operável, o tumor já se  espalhou e a chance de cura diminui”, alerta. O interesse de doentes por tratamentos naturais levou o médico a fazer um levantamento com 3 mil  pacientes oncológicos para saber quantos utilizavam chás, ervas e florais na busca pela cura da doença. “Quase metade dos pacientes procura e usa algum tratamento não convencional durante a evolução do  câncer”, afirma Younes, que revelou ainda que 48% dos entrevistados usam pelo menos um outro tipo de terapia paralelamente à quimioterapia. Apesar de o estudo ter sido feito há quase 15 anos, Younes acredita que ele evidencia o impacto das terapias alternativas – que prefere chamar de “não convencionais” – nos pacientes com câncer.

Promessas Virtuais

Chá de babosa, limão, cebola, avelós, bicarbonato de sódio e folha de graviola. São variados os e-mails que circulam atribuindo ao poder de plantas e outras substâncias naturais a cura do câncer. Blogs e sites oferecem livremente esses produtos. Para sustentar a tese de cura, as mensagens têm forte apelo religioso, trazem depoimento de pessoas que teriam ficado sãs usando os produtos, atribuem a explicação do poder curativo a cientistas e dizem até que o tratamento é aprovado pelo Ministério da Saúde ou algum instituto internacional. Mas o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Anderson Arantes Silvestrini, alerta: “Não existem evidências científicas que comprovem a eficácia dessas terapias. A SBOC é contra seu uso, pois desconhecemos se podem interferir nos resultados das terapias-padrão. Muitas dessas substâncias são metabolizadas no fígado e podem alterar a absorção de quimioterápicos, bem como sua eficácia e eliminação.”  Chefe do Serviço de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), o médico Décio Lerner também reforça o perigo dos tratamentos sem comprovação científica. “Além de não trazerem nenhum benefício, podem ser danosos ao fígado.” O oncologista André Deeke Sasse, professor de pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade  estadual de campinas (Unicamp), em São Paulo, afirma que a receita que mistura chá de babosa com bebida destilada é prejudicial. “A babosa pode causar inflamação das mucosas, diarreia e outros problemas gastrointestinais. O álcool compromete a função hepática e pode interferir no metabolismo de vários medicamentos, entre eles os quimioterápicos e hormonais”, aponta Sasse, que coordena o Centro de Evidências em Oncologia (Cevon) da Unicamp. Sobre a afirmação de que o bicarbonato de sódio e a folha de graviola tenham poder curativo 10 mil vezes superior ao da quimioterapia, Sasse assegura que é falsa. Ele enfatiza que a administração de bicarbonato em excesso pode causar alcalose metabólica iatrogênica (aumento do pH do organismo), o que pode levar a confusão mental, enjoos, náuseas e vômitos, muitas vezes acompanhados de espasmos musculares e inchaço no rosto ou nas extremidades. “O pH fisiológico é fundamental para o desenvolvimento das
funções do organismo, incluindo imunidade, respiração, celular e transporte de nutrientes”, sublinha.
O coordenador do Cevon afirma que apenas estudos clínicos podem levar qualquer substância, natural ou sintética, a ser incorporada como medicamento convencional. Embora os oncologistas concordem que chás naturais não trazem nenhum benefício antineoplásico, além de serem tóxicos, ainda é vasto o relato de médicos cujos pacientes aderiram a métodos não convencionais e prejudicaram a saúde. Lerner se lembra de um paciente que, apesar de manter a doença estável, optou por parar o tratamento convencional e iniciar um alternativo. “Quando retornou ao tratamento convencional, a doença já estava bastante avançada e não teve mais resposta”, lamenta.
Sasse ressalta que há uma mística popular de que o que é natural pode até não fazer bem, mas mal também não faz. Mas a história de sua paciente é diferente. Com câncer de mama, ela inicialmente recusou a cirurgia ou outra forma de tratamento. “Com o uso de fitoterápicos, homeopáticos e mudanças de hábitos alimentares, ela esperava não só controlar, mas curar a doença. Mas não houve benefício; pelo contrário”, depõe o médico. Younes tem um relato similar. Ele acompanhava e controlava o tumor de um paciente com exames e pôde ver a progressão da doença quando a quimioterapia e a radioterapia foram trocadas por uma terapia não convencional. Quando o paciente voltou ao consultório, o tumor havia crescido e se espalhado.  O professor da USP é taxativo : “Natural não significa bom! A maconha é uma planta, o tabaco é uma planta, e nem por isso são isentos de prejuízos graves à saúde. Muitos chás e ervas vendidas como curas naturais do câncer podem ter efeitos colaterais, pequenos, graves e até fatais.” Para evitar comportamentos como esses, Herchenhorn é da opinião de que a relação médico-paciente deve ser de confiança e transparência. Ele diz que conversa abertamente com seus pacientes sobre o uso de suplementos alimentares ou paralelo de fitoterápicos, discute benefícios e aborda estudos e comprovações científicas. “A decisão é sempre do paciente. Os médicos devem ter mente aberta para ouvir seus pacientes e recomendar aquilo que é melhor, baseado em evidências científicas e no melhor bom senso que rege a prática médica”, defende.

Fonte: www.inca.gov.br

sexta-feira, 22 de março de 2013

Biossimilares: parece mas não é

Entenda o que é esse tipo de remédio, uma versão das chamadas drogas biológicas com ação parecida e preço mais acessível...
Quando os medicamentos biológicos surgiram, a indústria farmacêutica tinha muito a comemorar. Afinal, eram drogas capazes de se encaixar perfeitamente nos receptores de células afetadas por doenças - e só nelas, sem atingir pra valer as células sadias das redondezas. Agora, porém, os laboratórios observam a queda da patente de muitas dessas medicações. Ou seja, os inventores estão esgotando o período de exclusividade de produção e venda. É um tsunami no mercado. Ora, feitos com células vivas humanas, bactérias e fungos, os remédios biológicos são usados no tratamento de alguns tipos de câncer, doenças reumáticas e autoimunes - e caros. O cenário pode mudar com o fim da patente e o possível surgimento de versões biossimilares bem mais em conta.

Mas, antes de qualquer coisa, é preciso que fique claro: biossimilar não é o mesmo que genérico, uma cópia exata do medicamento de marca. A tentativa é que seja o mais próximo possível da referência, só que, na prática, nunca é 100% igual. "O biossimilar nasce de um processo de engenharia reversa", explica o reumatologista Valderílio Azevedo, da Universidade Federal do Paraná. "Por meio da análise da molécula pronta, tenta-se descobrir como ela foi produzida, já que o fim da patente não obriga o fabricante a revelar qual é a fórmula criada no seu laboratório", traduz Azevedo. Daí os químicos dão seus chutes até chegar a um resultado parecido. Ou similar.

De olho nos riscos
Em alguns casos, até os efeitos colaterais são diferentes daqueles gerados pelos remédios originais. "Medicamentos biossimilares podem provocar uma resposta imprevisível das defesas do organismo", exemplifica Denizar Vianna, presidente do Centro Latino-Americano de Pesquisa em Biológicos (Clapbio). Embora, claro, exista um mínimo de segurança. Quem determina se o biossimilar é confiável é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que se baseia em critérios internacionais e ensaios clínicos. E, como são feitos com moléculas que já passaram por anos de pesquisas, os biológicos "não novos", como são chamados pela agência, muitas vezes são submetidos a um período de teste reduzido - o que até ajuda bastante a diminuir seu custo final.

Biossimilares mais simples já são vendidos no país. O laboratório Sandoz comercializa, por exemplo, desde 2011 sua versão da somatropina, hormônio de crescimento baseado no original da Pfizer. Existem também insulinas feitas de bactérias ou leveduras. Entretanto, as patentes que estão expirando são dos anticorpos monoclonais, células de defesa criadas em laboratório, com moléculas mais complexas e difíceis de serem copiadas.

Duas empresas foram criadas no Brasil para investir na pesquisa dessas cópias, a Bionovis e a Orygen. Mais: farmacêuticas do mundo todo terão acesso ao mercado brasileiro, desde que seus produtos atendam às exigências da Anvisa. Isso acirraria a concorrência, abaixando de vez os preços. Um efeito bem-vindo se a gente pensar que drogas como o rituximabe, para artrite reumatoide e câncer, chegam a custar 7 mil reais na farmácia. "Sem barateá-lo, não há sentido em buscar a cópia", resume Azevedo.

Genérico é outra coisa
Ele é uma cópia fiel do princípio ativo químico de uma marca cuja patente expirou. Em geral, chega a custar a metade do preço de um medicamento famoso - e o farmacêutico pode indicá-lo como alternativa, caso o nome de marca não esteja especificado na receita médica. São identificados com uma faixa amarela na caixa e uma grande letra G. Esses clones são mais fáceis de serem produzidos, já que as moléculas dessas drogas são bem menores e mais simples que as dos biológicos. Aliás, por causa dessa maior simplicidade da fórmula, podem existir remédios genéricos líquidos, em comprimidos ou creme, enquanto um biológico e seu biossimilar são sempre injetáveis, de uso intravenoso ou subcutâneo.

Fonte:  http://saude.abril.com.br/edicoes/0359/medicina/biossimilar-parece-nao-728925.shtml

quinta-feira, 21 de março de 2013

Uso da Terapia Nutricional Oral (TNO) em pacientes com câncer

Pacientes com câncer necessitam de cuidados especiais com a alimentação para evitar a perda de peso, minizar os efeitos colaterais relacionados com a alimentação e os riscos da desnutrição. A utilização Terapia Nutricional Oral oferece a possibilidade de aumentar ou assegurar a ingestão de nutrientes, em casos de alimentação inadequada.
Alguns tipos de tumores, como os localizados nas regiões da cabeça e pescoço (boca, língua e laringe) e do trato digestivo (esôfago, estômago, pâncreas, fígado), somado aos efeitos colaterais dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia, podem afetar a ingestão de alimentos e comprometer o apetite do paciente, pois provocam dor para engolir, dificuldade na mastigação, alteração do paladar, náuseas e vômitos.
No tratamento do câncer, essa suplementação já poderá ser iniciada quando o paciente encontra-se em desnutrição ou se a ingestão via oral está comprometida por mais de cinco dias.
É necessário que o paciente tenha acompanhamento médico e nutricional enquanto estiver em uso da suplementação, para que seja avaliada a eficiência do produto de acordo com cada caso clínico.   O uso de suplementos nutricionais nos pacientes em tratamento oncológico, deve ser orientado por médicos e/ou nutricionistas especializados, após uma avaliação completa e individualizada do paciente, pois hoje, o mercado já oferece uma série de produtos específicos para cada patologia. Por isso, não deve ser utilizado
de forma indiscriminada. Cada paciente tem uma necessidade diferente e conseguimos definir qual o melhor suplemento a ser utilizado após essa avaliação.

O sucesso da suplementação oral depende do consumo e da quantidade ingerida pelo paciente durante períodos prolongados. Outro fator particularmente importante é a aceitabilidade e a palatabilidade de um suplemento nutricional. Geralmente a orientação é ingeri-lo nos intervalos das refeições, nunca em substituição, uma vez que eles ajudam a fornecer os nutrientes que o organismo necessita.

Benefícios da suplementação
Os benefícios sugeridos em decorrência da suplementação oral são: o aumento do peso ou pelo menos redução de sua perda; diminuição da toxicidade gastrointestinal decorrente da quimioterapia e radioterapia; reforço da imunidade e melhora da qualidade de vida.

Hábitos alimentares aumentam chance de câncer

Como já foi citado outras vezes no blog, cada vez mais os estudos científicos mostram que a associação de maus hábitos alimentares relacionados ao aumento nos índices de câncer, por isso vamos reduzir nossas chances de adquirir esta doença com uma mudança de vida, COMER MELHOR PARA VIVER MELHOR. Confira o que o Oncologista Stephen, falou a respeito, principalmente com relação ao câncer de cólon, no Encontro Americano ocorrido em março deste ano.

O oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus, Stephen Stefani, apresentou na 18ª Conferência Avançada para Cuidados com o Câncer, promovida pela National Comprehensive Cancer Network (NCCN), nos Estados Unidos, entre 14 e 17 de março, dados que salientam a importância do perfil da população em regiões da América Latina no que diz respeito ao risco de câncer, particularmente o de cólon.

Junkie Food
Conforme o oncologista, a incidência - surgimento de novos casos - com mortalidade tem importante variação mundial, seja pelo componente da população com mutações genéticas relacionadas a este tipo de câncer, seja pelos hábitos de alimentação e acesso a tecnologias de diagnóstico e tratamento. Países mais pobres são os que mais sofrem com este cenário, conforme dados da International Agency for Research on Cancer (IARC). “O Rio Grande do Sul, entretanto, pelo hábito de alto consumo de carnes, tem taxas maiores se comparado a países como os do Oriente, que tem dieta rica em legumes e vegetais, fontes importantes de fibras e aliadas na prevenção de câncer de cólon e de intestino”, explica Dr. Stefani. 

O médico também apontou as diferenças de tratamento por região, considerando os perfis de cada população e que nem todas as tecnologias, medicamentos ou exames estão disponíveis em todos os locais. O oncologista defendeu durante o evento que sejam reforçados aspectos sobre os reais desfechos que cada intervenção pode oferecer, de forma que os médicos possam tomar suas decisões não só pelo nível de evidência científica de determinado estudo, mas também pelas expectativas do quanto cada intervenção médica pode contribuir para manejo de cada paciente. “Muitas decisões são tomadas sem haver clara ideia de quanto àquela estratégia pode, qualitativamente, melhorar a vida do paciente”, afirmou. Estima-se que, para cada tipo de câncer, existem mais de 50 mil decisões que devem ser tomadas pelos profissionais que prestam a assistência. “A confecção de diretrizes em medicina é útil no sentido de contribuir para tomada de decisão de maior consenso, mas não deve substituir a leitura crítica dos estudos científicos”, salienta Dr. Stefani.

O NCCN é o grupo mais importante do mundo na elaboração de diretrizes médicas e debate científico em câncer, sendo utilizada por mais de 2 milhões de especialistas em todo mundo.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Atividade física reforça sistema imunológico contra o câncer

Pesquisa realizada pelo Centro Médico da Universidade de Nebrasca, nos Estados Unidos, revela que a prática de exercícios físicos reduziu as chances de reaparecimento da doença em  pacientes curados de câncer através da quimioterapia. De acordo com os autores do estudo, a atividade física deixa mais fote os linfócitos T, células que pertencem a um grupo de glóbulos brancos do sangue que são os principais agentes da imunidade celular. Por conta dessa "força extra", as possibilidades de surgimento de algum tipo de câncer secundário caíram nos sobreviventes.
Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisadores da instituição norte-americana, liderada pela doutora Laura D. Bilek, convidou um grupo de 16 ex-portadores de câncer para participar de um programa de atividades físicas com a duração de 12 semanas. Durante esse período, os voluntários curados através da quimioterapia seguiram um plano de atividades físicas elaborado para cada um, englobando exercícios cardiovasculares, de flexibilidade, postura e equilíbrio, além de força e resistência.
Ao fim do período de estudo, amostras individuais de sangue coletadas no início, durante e ao término da experiência foram comparadas, e os especialistas verificaram que grande parte das células que atuam no sistema imune tiveram seu processo de envelhecimento (conhecido como senescência) revertido, tornando-as mais eficazes no combate da doença e infecções.

Para a doutora Laura D. Bilek, a pesquisa não só enfatiza as vantagens do exercício para pacientes com câncer e sobreviventes da doença, mas também demonstra como ela pode beneficiar indivíduos saudáveis.
- Há uma longa lista de benefícios positivos do exercício. Se o exercício de fato fortalece o sistema imunológico e, potencialmente, melhora o combate ao câncer, isso é mais uma coisa que devemos informar aos pacientes, orientando-os a praticar regularmente uma atividade física, tornando isso uma prioridade em sua vidas - conclui Laura D. Bilek.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Conheça os Alimentos que Podem Aumentar o Risco de Câncer

Maus hábitos alimentares estão diretamente relacionados com essa estatística. A vida moderna, cada vez mais agitada, dificultou o velho (e bom) hábito de preparar os próprios alimentos e deu lugar aos alimentos prontos para consumo ou de fácil preparo. O nutricionista Fábio Gomes, do INCA, explica que muitos alimentos possuem fatores mutagênicos, ou seja, lesam as células humanas e alteram o material genético que existe dentro dela. "Esse processo leva a uma multiplicação celular muito maior do que o normal e, em consequência, pode aparecer um tumor". Muitos desses alimentos não apresentam qualquer benefício à saúde e podem ser facilmente riscados do cardápio. Veja quais são e modere no consumo dos alimentos que predispõem a doença.
 - Carnes Processadas: Linguiça, salsicha, bacon e até o peito de peru contêm quantidades consideráveis de nitritos e nitratos. Essas substâncias, em contato com o estômago, viram nitrosaminas, substâncias consideradas mutagênicas, capazes de promover mutação do material genético. "A multiplicação celular passa a ser desordenada devido ao dano causado ao material genético da célula. Esse processo leva à formação de tumores, principalmente do trato gastrointestinal", explica Fábio Gomes. A recomendação do especialista é evitar esses alimentos, que não contribuem em nada com a saúde. - Refrigerantes: A bebida gaseificada, além de conter muito sal em forma de sódio, possui adoçantes associados ao aparecimento de câncer. O ciclamato de sódio, por exemplo, é proibido nos Estados Unidos, mas ainda é utilizado no Brasil, principalmente em refrigerantes "zero". "Essa substância aumenta o risco de aparecimento de câncer no trato urinário", conta Fábio Gomes. Quanto aos adoçantes que podem ser adicionados à comida ou à bebida, o nutricionista diz que ainda não há comprovação científica. "O ideal é que o adoçante seja usado de forma equilibrada, pois é um produto destinado a pessoas com diabetes e não deve ser consumido em excesso pela população em geral", aponta - Alimentos gordurosos: Fábio Gomes explica que não é exatamente a gordura a principal responsável pelo aparecimento de câncer, e sim a quantidade de calorias que ela agrega ao alimento. A comida muito gordurosa é densamente calórica, ou seja, tem mais que 225 calorias a cada 100 gramas do alimento. "Por esses alimentos geralmente serem pobres em nutrientes, é preciso ingeri-los em grandes quantidades para obter saciedade, o que leva ao superconsumo", conta o nutricionista do INCA. - Refrigerantes: Em excesso, esses alimentos provocam obesidade, que é fator de risco para câncer de pâncreas, vesícula biliar, esôfago, mama e rins. A célula de gordura libera substâncias inflamatórias, principalmente hormônios que levam a alterações no DNA e na reprodução celular, como o estrogênio, a insulina e um chamado de fator de crescimento tumoral - Alimentos ricos em sal: "Se ingerido em quantidade maior do que cinco gramas por dia, o sal pode lesar as células que estão na parede do estômago", explica o nutricionista Vinicius Trevisani, do Instituto do Câncer de São Paulo. Essa agressão gera alterações celulares que podem levar ao aparecimento de tumores. Procure evitar alimentos ricos em sal ou mesmo aqueles que usam sal para aumentar o tempo de conservação, como os congelados e os comprados prontos que só precisam ser aquecidos. Entram nessa lista: carne seca, bacalhau, refrigerantes, pizzas congeladas, iscas de frango empanadas congeladas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, entre outros. - Churrasco: Na fumaça do carvão há dois componentes cancerígenos: o alcatrão e o hidrocarboneto policíclico aromático. "Ambos estão presentes na fumaça e impregnam o alimento que é preparado na churrasqueira", explica Fábio Gomes. "Eles também possuem fatores mutagênicos que levam ao aparecimento de tumores." - Dieta pobre em fibras: O nutricionista Vinicius Trevisani explica que o intestino se beneficia muito pelo consumo adequado de fibras. Elas garantem um bom trânsito intestinal, de modo a eliminar os ácidos biliares secundários, um produto da digestão presente no intestino. Isso evita a agressão às células do intestino e a multiplicação celular descontrolada.
 - Preparo com altas temperaturas: Alimentos fritos ou grelhados também incorporam algumas substâncias cancerígenas. Ao colocar o alimento cru em óleo ou chapa muito quentes (com temperatura aproximada de 300 a 400°C), são formadas aminas heterocíclicas - substâncias que contêm fatores mutagênicos e estimulam a formação de tumores. O nutricionista Fábio recomenda preparar as carnes ensopadas - modo de cozimento em que não há nenhuma formação de aminas-, ou ainda prepará-las no forno. Dessa maneira, a temperatura do alimento aumenta gradualmente e não chega a níveis tão altos. - Alimentos com agrotóxicos: Não existe uma forma eficiente de limpar frutas, verduras e legumes dos agrotóxicos. "Muitas vezes, esses conservantes são aplicados nas sementes e passam a fazer parte da composição do alimento", aponta Fábio Gomes. Ele explica que o agrotóxico provoca vários problemas de saúde em quem tem contato direto com esses alimentos, mas ainda está em estudo a sua real contribuição com o aparecimento do câncer. Como ainda existem dúvidas sobre esses efeitos, o nutricionista orienta evitar opções ricas em agrotóxicos. É melhor consumir alimentos cultivados sem o produto químico, que comprovadamente têm mais vitaminas, minerais e compostos quimiopreventivos. "Estes compostos atuam na proteção e reparação celular frente a uma lesão que pode gerar câncer", afirma. Fonte: http://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias/14669-conheca-oito-alimentos-que-podem-aumentar-o-risco-de-cancer

quinta-feira, 14 de março de 2013

Dieta AntiCâncer

Leitores do Blog, compartilho com vocês a matéria que colaborei para a Revista Pense Leve, que fala sobre alimentos que possuem compostos que se consumido conforme a indicação podem vir a contribuir para a prevenção do câncer, porém saliento que o consumo destes não evita a doença mas pode ser um bom aliado. Romã Fitoquímicos encontrados na romã induzem à morte das células cancerígenas na próstata. “Por esse motivo, o consumo da fruta consegue diminuir os níveis das enzimas PSA no sangue, que funcionam como sinalizadoras de tumores”, conta Fernanda S. Bortolon, mestre em nutrição oncológica, de Porto Alegre (RS). O alimento também tem ação preventiva nos cânceres de pele, cólon, mama, cavidade oral e leucemia. A romã é ainda rica em ácido elágico, que possui função antioxidante e protege as membranas e o DNA da ação de radicais livres. “Pessoas que consomem ácido elágico presentam possibilidade três vezes menor de sofrer de câncer do que aquelas que consomem pouco ou nenhum”, complementa a nutricionista. É indicado consumir pelo menos 1 copo do suco ou duas unidades da fruta por dia. Cúrcuma Pigmento amarelo extraído da planta Curcuma longa, pode auxiliar na prevenção cânceres de colón, pulmão e cavidade oral, entre outros. “A cúrcuma inibe a enzima cicloxigenase e outras envolvidas no processo inflamatório. Além disso, possui atividade antitumoral e antimutagênica”, conta Fernanda Bortolon. Utilize-o como tempero no dia a dia ou em cápsulas. “A suplementação com a planta mostrou-se segura, e doses de até 8000 mg por dia são toleradas pelo organismo”.