segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Maior incidência de câncer no estômago está ligada a hábitos alimentares dos gaúchos


Cerca de 10% dos casos de câncer no aparelho digestivo do Brasil são registrados no Rio Grande do Sul. O Estado é o terceiro em número de casos de câncer no estômago, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo Antônio Carlos Weston, essa estatística está relacionada a hábitos alimentares dos gaúchos, como ingestão frequente de alimentos defumados ou dieta pobre em vitaminas A e C.

No Rio Grande do Sul, se consume muito charque, linguiça e salame, que, além de defumados, têm grande quantidade de sal, e não deveriam ser consumidos em grandes quantidades — adverte o médico.

A presença de uma bactéria chamada Helicobacter Pilory no interior do estômago também tem de ser salientada como um fator importante da causa de câncer no estômago, conforme Weston.

Fatores genéticos, uso de cigarro e consumo de bebidas alcoólicas destiladas também estão associados ao desenvolvimento de câncer gástrico, que acomete principalmente homens na terceira idade. Segundo o Inca, cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos e o pico de incidência se dá em homens por volta dos 70 anos.

Como a doença não demonstra sintomas específicos, principalmente nas fases iniciais, grande parte dos casos de câncer de estômago são diagnosticados em estágio avançado. Geralmente, os sintomas são atribuídos a indisposições alimentares sem maiores repercussões, o que reflete em uma taxa de mortalidade perto de 80% dos casos.


ATENÇÃO

Se os sintomas abaixo persistirem por mais de 10 ou 15 dias, procure um especialista da área de gastroenterologia:

- Dor no estômago, principalmente após as refeições

- Perda de peso

- Fraqueza

- Vômitos


Para prevenir, inclua na dieta:

- Vegetais crus

- Frutas cítricas

- Alimentos ricos em fibras

- Vitamina A e C, encontradas em frutas e verduras frescas

Fonte: Zero Hora e www.oncoguia.com.br

RS é o estado brasileiro com mais casos de câncer no aparelho digestivo


O Rio Grande do Sul é o estado que mais concentra casos de câncer do aparelho digestivo, com 10% da incidência nacional. Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), dos 6.080 casos estimados em 2010, 3.130 são de tumores de cólon e reto; 1.490 de estômago e 1.460 de neoplasias no esôfago, sendo este último o que mais provoca mortes.

— A maioria dos pacientes com câncer no esôfago morre dentro de um ano, enquanto nos demais tipos, a sobrevida pode ser de cinco a oito anos— diz o médico endoscopista, Júlio Pereira Lima, presidente regional da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED-RS).

De acordo com o especialista, mesmo com incidência maior, a mortalidade de outros cânceres, como de pulmão e próstata, é menor devido à manifestação mais aparente dos sintomas. O câncer no esôfago é de difícil identificação, pois é praticamente assintomático — quando a pessoa percebe os sinais, quase sempre a doença já está em estágio avançado, conforme explica o médico. Lima destaca que a única forma de diagnóstico precoce para tumores no esôfago é por meio de endoscopia.

— No Rio Grande do Sul, homens com mais de 50 anos, fumantes e que tomam mate deveriam incluir endoscopia em seus exames de rotina, como já ocorre em países como França e Japão — observa Lima.

A incidência de câncer no esôfago é quatro vezes maior em homens do que em mulheres. A doença costuma se manifestar após os 60 anos, segundo o especialista.

Doenças simples, como azia, gastrite e refluxo, podem evoluir para um câncer se não forem devidamente tratadas. Segundo Lima, uma pesquisa feita na Santa Casa de Porto Alegre identificou que 13% dos porto-alegrenses têm refluxo, e cerca de 20% dos casos de refluxo evoluem para um câncer de esôfago.

Esses dados fazem parte das discussões da 10ª Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, que reúne 4,5 mil especialistas na área em Porto Alegre, até quinta-feira.

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/bem-estar/19,0,3569922,RS-e-o-estado-brasileiro-com-mais-casos-de-cancer-no-aparelho-digestivo.html

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Uso de Quimioterápicos e Interação com os Alimentos

Alguns QUIMIOTERÁPICOS que provocam alterações na absorção dos alimentos.
Existem muitas outras drogas que provocam interação na alimentação, mas por hoje vejamos as seguintes:

1.Bleomycin
Interações com nutrientes:
Aumenta o catabolismo protéico e depleção de cálcio, potássio, vitaminas B1 e B12.

2.Cisplatina
Interações com nutrientes:
Hidratar antes da quimioterapia.
Reposição de nutrientes perdidos pela interação e pela diarréia, além de fornecer quantidade de líquidos suficiente para equilibrar a hidratação do paciente.

3.Dactinomycin
Interações com nutrientes:
Diminui a absorção de cálcio, ferro, potássio, gordura, vitaminas do complexo B, vitamina K e aumenta a necessidade de vitamina B12.

4. Etoposide
Interações com nutrientes:
Diminui a absorção de tiamina, cálcio, ácido fólico e ferro.

5. 5-FU-Fluorouracil
Interações com nutrientes:
A absorção do fluorouracil é reduzida quando se administra junto alimentos, o ideal é administrá-lo entre as refeições. Diminui a absorção das vitaminas A, complexo B, ácido fólico e dos minerais potássio, cálcio e ferro.

6. Citrato de Tamoxifeno
Interações com nutrientes:
Aumento do ácido úrico. Suplementos de magnésio e cálcio devem ser ingeridos com o um intervalo de pelo menos 2 horas, para evitar interferência na biodisponibilidade da droga.

Fonte: Nutricionista Fernanda Bortolon

Hormonioterapia no câncer de mama

A hormonioterapia é utilizada tanto nos casos de doença disseminada da mama, como em pacientes sem evidência de doença após a cirurgia (terapia adjuvante).

Os melhores resultados terapêuticos são alcançados em pacientes que já haviam parado de menstruar no momento do diagnóstico, isto é, no período de pós-menopausa. Além disso, alguns trabalhos recentes investigaram a possibilidade de a terapia hormonal evitar o desenvolvimento do câncer de mama. Os resultados sugerem que o uso de antagonistas do estrógeno em pacientes de alto risco pode reduzir a ocorrência da doença.
Inibição da produção do estrógeno

Nas mulheres que ainda menstruam, a inibição da produção do estrógeno ovariano pode ser obtida pela castração cirúrgica (ooforectomia ou ovariectomia), radioterápica ou medicamentosa. O bloqueio medicamentoso da produção hormonal pode ser alcançado pela administração de agonistas do GnRH, progesterona ou andrógenos (alternativa menos utilizada).

No grupo de mulheres em pós-menopausa, nas quais todo o estrógeno circulante é produzido pelas glândulas suprarrenais, a supressão é alcançada pelo uso de inibidores da aromatase. Esses inibidores bloqueiam a transformação dos andrógenos em estrógenos, reação que ocorre no interior da suprarenal, em diversos tecidos periféricos e no interior do tumor.

Medicamentos utilizados

O tamoxifeno é o único representante do grupo das substâncias que competem pelos receptores de estrógeno no organismo feminino, sendo utilizado em mulheres em pré e em pós-menopausa. Entre os agonistas do GnRH, uma substância muito utilizada é a goserelina. O primeiro inibidor da aromatase utilizado em grande escala foi a aminoglutetimida. Atualmente, outros medicamentos com maior eficácia e tolerabilidade disputam essa indicação: anastrozol, letrozol e formestano. A progesterona, empregada como agente de segunda ou terceira linha, tem no acetato de megestrol sua principal apresentação. Além de inibir a produção de estrógeno, essa classe de medicamentos exerce seu efeito antitumoral por mecanismos ainda não esclarecidos.
Resultados

A presença de receptores de estrógeno nas células do tumor representa um dos principais fatores prognósticos no câncer de mama, sugerindo que a doença deverá ter um comportamento menos agressivo. Além disso, assinala que as respostas à terapia hormonal serão, provavelmente, boas. A terapia hormonal traz resultados positivos para apenas 10% das pacientes ER negativas, enquanto entre 50% e 60% das ER positivas se beneficiam desse tratamento.

Não se sabe o porquê, mas esses receptores são mais frequentemente encontrados nas células tumorais de pacientes que receberam diagnóstico após a menopausa do que nas de pacientes que ainda menstruam.
Efeitos colaterais

O tamoxifeno alcançou uma posição de destaque no tratamento do câncer de mama não só por sua eficácia, mas também pela baixa incidência de efeitos colaterais. Raras pacientes relatam dificuldade de tolerar os sintomas de menopausa que ele determina. Embora se discuta a possibilidade de o uso do tamoxifeno aumentar as chances de desenvolvimento do câncer de endométrio, alguns trabalhos indicam a ocorrência de efeitos favoráveis sobre o metabolismo ósseo, com a redução da perda óssea e alterações no metabolismo dos lípides, capazes de inibir o desenvolvimento da aterosclerose.

O acetato de megestrol apresenta uma série de efeitos adversos: ganho de peso, retenção de líquidos e hipertensão. Além disso, está relacionado à ocorrência de trombose e tromboembolismo. Os inibidores da aromatase são geralmentes muito bem tolerados.
Duração da terapia

A terapia adjuvante tem início e duração preestabelecidos. A maioria dos serviços propõe a administração do tamoxifeno, após a retirada do tumor, por cinco anos. O tratamento se desenvolve independentemente da realização de radioterapia e/ou quimioterapia complementar. Nos casos de doença metastática, a terapia hormonal tem papel de destaque, especialmente no grupo de pacientes em pós-menopausa. O tratamento deve ser mantido enquanto houver benefício clínico, substituindo-se sequencialmente a medicação à medida que forem se desenvolvendo resistências.
Cuidados que devem ser tomados durante o tratamento

Devido aos riscos de trombose venosa, a equipe médica deve ser informada em caso de dor ou inchaço nas pernas, principalmente se envolver apenas um dos membros. O tratamento hormonal não deve ser interrompido sem o consentimento da equipe médica.


http://www.einstein.br/Hospital/oncologia/nossos-servicos/hormonioterapia/Paginas/hormonio-terapia-no-cancer-de-mama.aspx

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Entenda por que quimioterapia provoca queda de cabelos

A queda do cabelo durante o tratamento de câncer, por causa da quimioterapia, é o segundo impacto sentido pelo paciente no enfrentamento da doença, depois do diagnóstico, segundo a psicóloga Samantha Moreira, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.

"Significa perceber-se doente e perder a imagem corporal", afirma o oncologista João Paulo Lima, do Hospital de Câncer de Barretos.

Esse efeito colateral abala mais as mulheres, que, sem os cabelos, podem sentir uma perda da feminilidade. Mas os homens também ressentem a perda de cabelo e barba. É o caso do bancário Leandro Ferreira, 26, que trata um câncer de testículo.

Ao ver o cabelo cair em tufos e ficar cheio de falhas por causa da quimioterapia, ele preferiu raspar a cabeça --o mesmo fez o "[ex-presidente Lula raspou o cabelo]", para se antecipar ao efeito dos medicamentos.

"É dolorido, cheguei a chorar. Por mais que eu tivesse pouco cabelo, ele estava ali, e tirá-lo foi algo imposto, não foi uma opção minha."

Uma dificuldade, conta Leandro, é enfrentar os olhares das pessoas na rua.

"Acho que a careca de quem tem câncer é diferente. A pele fica mais fina. As pessoas olham, medem e pensam: "Ele está com câncer"."

Segundo Lima, o que mais preocupa os homens é a manutenção da independência e a impotência sexual.

João Marcelo Knabben, 26, faz tratamento contra um tumor que apareceu na língua e atingiu o olho esquerdo. Ele temia mais a náusea e a diarreia, também efeitos colaterais da químio, do que a queda dos cabelos. "Acho até que fiquei melhor com a cabeça raspada."

A dermatologista do Inca (Instituto Nacional de Câncer) Fernanda Tolspoy afirma que a reação depende da vaidade de cada paciente. "Para muitos homens, a perda da barba que cultivam há anos é traumática."

Por que cai

Os remédios usados contra câncer atacam as células que estão se dividindo mais rápido, característica das células do tumor.

Mas as células que dão origem ao cabelo também se replicam em alta velocidade e, por isso mesmo, são mortas pelo tratamento por tabela.

Na radioterapia, a queda dos cabelos é rara, mas a pele pode ficar envelhecida.

Na químio, o cabelo pode cair de forma mais rápida ou gradual, em forma de tufos.

Para evitar as falhas, muitos raspam o cabelo. "É uma forma de encarar a doença de frente, dizer: "É isso, estou com câncer", diz Tolspoy.

Foi assim que Rosimeire Venturini, 44, que se trata de um câncer de mama, encarou a perda dos cabelos.

"Você tem de tomar decisões, e é preciso ter coragem para assumir que tem câncer e dizer: "É hora de lutar."

Ela conta que, no início do tratamento, deixou o cabelo bem curto. Ao se olhar no espelho, teve uma crise de choro. "Agora que voltou a crescer, pensei: "Estou chegando à fase final do tratamento, estou vencendo."


Folha de São Paulo
www.nutrionco.com.br

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Suplementação em Pacientes Oncológicos

Pacientes com câncer necessitam de um cuidado especial com a alimentação. Alguns tipos de tumores, como os localizados nas regiões da cabeça e pescoço (boca, língua, laringe, etc.) e do trato digestivo (esôfago, estômago, pâncreas), assim como os efeitos colaterais dos tratamentos, podem afetar a ingestão de alimentos comprometendo o apetite, e provocando dor ao engolir, dificuldade na mastigação, alteração do paladar, náuseas e vômitos. Para evitar a perda de peso e os riscos de desnutrição, a utilização de um suplemento nutricional oral oferece a possibilidade de aumentar ou assegurar a ingestão de nutrientes em casos no qual a alimentação encontra-se inadequada.

Para pacientes em tratamento oncológico, essa suplementação já pode ser iniciada quando o paciente encontra-se em desnutrição, ou se a ingestão via oral está diminuída por mais de 7 dias, e pode ser mantida durante todo o tratamento. Os benefícios sugeridos em decorrência da suplementação oral são o aumento do peso ou pelo menos redução de sua perda, diminuição da toxicidade gastrointestinal decorrente da quimioterapia e radioterapia, reforço da imunidade e melhora da qualidade de vida. Uma nova abordagem na suplementação oral é o uso do ácido eicosapentanóico (EPA), um composto em investigação por seu papel na prevenção e tratamento da desnutrição associada ao câncer.

Estudos sugerem que o EPA atenuaria o efeito debilitante associado ao câncer e melhoraria a função imune. Além disso, foi demonstrado que o EPA tem efeitos anti-tumorais e melhora os resultados clínicos. Entretanto, os resultados não são consistentes para todos os grupos de pacientes, havendo necessidade de mais pesquisas nesse campo. O sucesso da suplementação oral depende do consumo de quantidades suficientes pelo paciente durante períodos prolongados. Outro fator particularmente importante é a aceitabilidade e a palatabilidade de um suplemento nutricional. Procure ingerí-los nos intervalos das refeições (nunca em substituição), eles ajudam a fornecer os nutrientes que o organismo necessita.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Direitos dos pacientes com câncer

Direitos dos pacientes com câncer
Autora: Claudia Nakano
Advogada da Área da Saúde

Pessoas com doenças como diabetes, câncer, hepatite C, DPOC (doença pulmonar), mal de Alzheimer, psoríase, entre outras têm o direito garantido por lei a medicamentos gratuitos.

Sabemos que um grande número de pessoas sofre por não ter condições de fazer uso dos medicamentos contínuos adequados para o seu tratamento conforme prescrição médica.

Muitas pessoas não possuem condições financeiras para custear o melhor tratamento, o mais adequado, devido aos custos descomunais, assim, prejudicando-se ainda mais em sua saúde e consumindo cada vez mais o seu estado físico e emocional.

Entretanto, é de suma importância ressaltar que o direito à vida e o direito à saúde nos é assegurado pela Constituição Federal, nossa lei maior:

Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

O acesso aos medicamentos deve atingir a todos de forma igualitária e isonômica.

Além da nossa Carta Maior, os pacientes de doenças crônicas encontram respaldo legal em legislação complementar, como ocorre com as pessoas que têm diabetes. Em 09 de março de 2001, foi sancionada a Lei nº 10.782, que definiu diretrizes para uma política de prevenção e atenção integral à saúde da pessoa portadora de diabetes no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual prestará atenção integral à pessoa portadora de diabetes.

Apesar do constante avanço obtido pelos pacientes com Diabetes em relação ao fornecimento gratuito de medicamentos, ainda há necessidades prementes de ações judiciais.

Por isso, as ações judiciais continuam sendo propostas freqüentemente com decisões favoráveis ao paciente, baseadas acima de tudo na Constituição Federal.

Quando uma pessoa é acometida por uma doença qualquer, o primeiro passo é se consultar com o médico de sua confiança, pois este profissional possui o conhecimento técnico e científico para orientar o paciente no tocante ao tratamento que deverá ser realizado. Diante da prescrição médica em mãos, o paciente pode percorrer dois caminhos: via administrativa ou via judicial.

Na Via Administrativa devemos verificar a dispensação do tratamento e/ou medicamento nos Postos e Secretarias da Saúde Municipais e Estaduais. Caso haja o fornecimento do tratamento prescrito pelo profissional médico, o paciente deverá providenciar cópias de alguns documentos pessoais, além do pedido médico e preencher um requerimento solicitando a entrega do medicamento. Geralmente o pedido é analisado pela Secretaria da Saúde e o paciente tem um retorno posterior. Não temos como precisar o tempo do retorno deste pedido, pois este se torna imprevisível dependendo do local do requerimento bem como dos medicamentos pleiteados.

Caso o medicamento não seja dispensado administrativamente, como ocorre com a maioria dos medicamentos de alto custo, se faz necessária a interposição de ação judicial. Diferentemente do que as pessoas imaginam, as ações judiciais no âmbito da saúde têm o rito mais célere. O paciente recebe o medicamento de forma rápida, segura e eficaz, de maneira mensal e ininterrupta. Caso haja descumprimento da determinação judicial que deferiu a entrega do medicamento poderá haver penas de multa e até prisão dependendo do caso.

É importante salientar que, para entrar com um procedimento judicial não se faz necessário requerer o pedido administrativo anteriormente. Muitas vezes, o pedido judicial é mais rápido que o pedido administrativo, por questões burocráticas que ocorrem internamente dentro das Secretarias. Para entrar com um procedimento judicial o paciente pode recorrer as Associações de pacientes, a Defensoria Pública ou a um advogado particular especializado na área da saúde.

Além do acesso aos medicamentos, as doenças graves diante de um comprometimento mais efetivo e permanente produzem direitos a isenções tributárias, que constam em nosso ordenamento jurídico. Entre as isenções estão: IR - Imposto de Renda, IOF - Imposto sobre operações financeiras, IPI - Imposto sobre produtos industrializados, ICMS - Imposto sobre circulação de mercadorias, IPVA - Imposto sobre a propriedade de veículos automotores, além de outros direitos, como transporte gratuito, entre outras isenções.

Para os pacientes acometidos pelo câncer existem isenções de impostos como, por exemplo, isenção de imposto de renda relativo aos rendimentos de aposentadoria, reforma e pensão, inclusive as complementações.

Na compra de veículos adaptados também existem isenções em relação ao ICMS (Imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços), ao IPI (Imposto federal sobre produtos industrializados) quando o paciente com câncer apresenta deficiência física nos membros superiores ou inferiores, que o impeça de dirigir veículos comuns, ao IPVA (Imposto estadual referente à propriedade de veículos automotores), cada Estado tem a sua própria legislação sobre o imposto e a liberação de rodízio.

Podem também requerer a quitação do financiamento da casa própria quando houver invalidez total e permanente. Para isso deve estar inapto para o trabalho, e a doença determinante da incapacidade deve ter sido adquirida após a assinatura do contrato de compra do imóvel.

Além do direito a sacar o FGTS que pode ser retirado pelo trabalhador que tiver neoplasia maligna (câncer) ou por aquele que possuir dependente portador de câncer.

É importante mencionar que muitas vezes, não se faz necessário a contratação de um advogado para valer esses direitos, principalmente no que tange às isenções de impostos.

Nós, cidadãos brasileiros temos direito à Informação. A informação é um veículo precioso e imprescindível para que todos nós saibamos dos nossos direitos.

Devemos aplicar em nosso dia a dia o respeito ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e o direito universal à saúde. Desta forma, teremos e seremos uma sociedade cada vez melhor.

Conforme o ditado "Dormientibus non sucurrit jus", o direito não socorre aos que dormem. Assim, além de nos informar acerca dos nossos direitos, devemos aplicá-los em nosso dia a dia de forma cívica e consciente.

Para saber mais, entre em contato com a autora deste texto, Claudia Nakano, Advogada da Área da Saúde - site: www.complexovital.com.br

Fonte: http://andre.sasse.com/direitos.htm

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Alimentos integrais e fibras reduzem risco de câncer no intestino, diz estudo

Pesquisadores britânicos e holandeses confirmam ação positiva de alimentos como arroz integral e aveia.



Um estudo realizado por pesquisadores da Grã-Bretanha e da Holanda sugere que o consumo de mais cereais e grãos integrais pode reduzir o risco de câncer colorretal, ou câncer do intestino grosso.

Segundo os cientistas do Imperial College de Londres, para cada dez gramas de aumento no consumo de fibras, ocorreu uma queda de 10% no risco deste tipo de câncer

Já se sabia que o consumo destes alimentos ajuda a proteger contra problemas cardiovasculares, mas os especialistas afirmam que qualquer ligação com câncer colorretal era menos clara, pois as pesquisas não tinham dado resultados consistentes.

Os cientistas britânicos e holandeses analisaram 25 estudos relativos ao assunto, que envolveram cerca de 2 milhões de pessoas, e concluíram que o consumo de alimentos como arroz integral, aveia e outros cereais são os responsáveis por esta diminuição de risco.

Dagfinn Aune, uma das autoras do estudo e pesquisadora associada no Departamento de Epidemiologia e Bioestatísticas do Imperial College, afirmou que a análise realizada ajudou a encontrar uma associação linear entre a fibra na dieta e o câncer colorretal.

"Quanto mais fibras como estas você come, melhor é. Até quantidades menores tem algum efeito", afirma.

O estudo foi publicado na revista especializada British Medical Journal.

Outros benefícios

Os pesquisadores informaram que a adição de 90 gramas por dia de grãos integrais na dieta está ligada a uma redução de 20% no risco de câncer colorretal.

Eles dizem ainda que os benefícios para saúde do consumo destes grãos não se limitam apenas à diminuição do risco deste tipo específico de câncer.

"Também pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, excesso de peso e obesidade e, possivelmente, mortalidade geral", afirmaram.

No entanto, o último estudo afirma que não há provas de que as fibras presentes em frutas ou vegetais tenham a mesma importância neste resultado.

Uma pesquisa anterior que mostrou a redução do risco devido ao alto consumo de frutas e vegetais sugere que outros compostos presentes nas frutas, ao invés das fibras, podem ser os responsáveis.

Yinka Ebo, da organização de caridade britânica de combate ao câncer Cancer Research UK, afirmou que esta pesquisa dá mais credibilidade às afirmações de que fibras protegem contra o câncer no intestino.

"Comer fibras é apenas uma das muitas coisas que você pode fazer para diminuir o risco de desenvolver a doença, junto com manter um peso saudável, uma vida ativa, diminuir o consumo de álcool, de carne vermelha e industrializada, e não fumar", afirmou.



BBC Brasil

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Alimentação Equilibrada durante o Tratamento de Câncer

O que e quanto comer não são decisões simples para muitas pessoas. Fatores como preferência, hábitos familiares e culturais, relações psicológicas, processos do câncer, afetam o consumo alimentar de um indivíduo.

Uma alimentação saudável é sempre vital para que o organismo funcione bem. A boa nutrição é fundamental para os pacientes em tratamento de câncer.

O planejamento alimentar é parte importante do tratamento do câncer. Uma alimentação correta durante essa fase pode contribuir para o seu bem estar e fortalecimento, evitando a degeneração dos tecidos do corpo e ajudando a reconstruir aqueles que o tratamento contra o câncer possa ter prejudicado. Pacientes com boa alimentação durante o tratamento de câncer têm mais condições de vencer os efeitos colaterais e de enfrentar, com êxito, a administração de doses mais altas de certos medicamentos.

A nutrição é importante e vital para o corpo trabalhar. Pacientes com câncer que têm bons hábitos alimentares podem ter mais disposição para enfrentar efeitos colaterais do tratamento, adquirir menos infecções e estar apto a ter uma vida normal.

Estas informações têm por objetivo esclarecer dúvidas e orientá-lo a respeito do tratamento e dos cuidados que você deve ter nesse período com sua alimentação e nutrição.

Os efeitos colaterais do seu tratamento podem ser amenizados com uma alimentação adequada.

Quando não se ingere a quantidade suficiente ou o tipo correto de alimento, o corpo utiliza os nutrientes que tem armazenado para servirem de fonte de energia. O resultado é que as defesas naturais se enfraquecem e o corpo não consegue combater as infecções. No entanto, esse sistema de defesa é importantíssimo para quem tem de enfrentar o tratamento contra o câncer, pois nessas circunstâncias, é sempre grande o risco de adquirir infecções.

Lembre-se que uma boa alimentação é extremamente importante quando o corpo está combatendo uma doença.

Fonte: www.oncoguia.com.br

Fabricantes terão que reduzir substância cancerígena em refrigerantes

Um acordo entre o Ministério Público Federal em Minas Gerais e fabricantes de refrigerantes determina que as bebidas de baixas calorias ou dietéticos cítricos terão redução de benzeno no prazo de cinco anos. O TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado com a Ambev, Coca-Cola e Schincariol prevê que a quantidade máxima deverá ficar em 5 microgramas por litro.

A presença do benzeno nos refrigerantes foi detectada em 2009 pela ProTeste, entidade de defesa do consumidor, ao realizar testes em 24 amostras de diferentes marcas.

O TAC foi assinado dois anos após o Ministério Público instaurar inquérito civil público para apurar o caso.

Ao analisar 24 amostras de diferentes marcas, a ProTeste detectou a presença do benzeno em sete delas: Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Sukita, Sukita Zero, Sprite Zero, Dolly Guaraná e Dolly Guaraná diet. Em duas das amostras --Fanta Laranja Light e Sukita Zero-- a concentração estava acima dos limites considerados aceitáveis para a saúde humana.

De acordo com o Ministério Público, a legislação brasileira, em especial o Código de Defesa do Consumidor, estabelece que os produtos colocados à venda no mercado não podem trazer riscos à saúde ou à segurança dos consumidores. Os fornecedores, em qualquer hipótese, devem fornecer as informações necessárias e adequadas a respeito.

Como as bebidas testadas traziam ácido benzoico, era possível que algumas também tivessem benzeno, uma substância cancerígena que resulta da combinação dos ácidos benzoico e ascórbico, mais conhecido como vitamina C. Estas duas substâncias juntas, sob certas condições de exposição à luz e ao calor, podem reagir e formar o benzeno.

As análises apontaram benzeno em sete bebidas. Em duas, Fanta Laranja Light e Sukita Zero, o limite estava acima do recomendado para um consumo saudável. Na Sukita Zero foi detectado limite quatro vezes superior ao aceitável. Como não existe um limite fixado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para refrigerantes, a ProTeste utilizou o parâmetro de água potável, que é de 5 microgramas por litro.

O limite permitido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para a água potável, é de 10 ppb (partes por bilhão). Nos Estados Unidos esse limite é de 5 ppb, e na União Europeia é de 1 ppb.

No Brasil, a portaria da Anvisa nº 518/04, que estabelece o padrão de potabilidade da água, determina o limite máximo permitido para benzeno de 5 microgramas por litro.

Como a OMS e as autoridades sanitárias estrangeiras e nacionais não estabeleceram um limite de benzeno para refrigerantes e sucos, considera-se que, no mínimo, deve ser adotado o mesmo limite utilizado para a água potável. As marcas reprovadas estavam acima desse limite.

Foram encontrados limites aceitáveis de benzeno no guaraná tradicional e light Dolly, na Fanta Laranja tradicional, Sukita tradicional e na Sprite Zero.

O Ministério Público também expediu recomendação para que a Agência Nacional realizasse os estudos necessários para determinar a concentração máxima, tolerável, da substância nos refrigerantes comercializados no país.

Os fabricantes informaram que a formação do benzeno decorre de um processo químico geralmente desencadeado nos refrigerantes light e diet, já que a presença do açúcar inibe a formação da substância.

Disseram ainda que "a eventual identificação de traços mínimos de benzeno em determinado produto pode se dar por razões diversas e alheias aos esforços da empresa, como, por exemplo, em decorrência da quantidade de benzeno pré-existente na água".


Fonte: Folha de São Paulo

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dieta e perda de peso após o Câncer de Mama

Dieta de prevenção ao câncer de mama

Saiba quais os alimentos que ajudam a manter o corpo enxuto e afastar a doença

Fartar-se de verduras, legumes e frutas é indicação presente em toda e qualquer dieta ou reeducação alimentar. Para prevenir-se do câncer de mama, a recomendação não é diferente. Alguns detalhes e conhecimentos específicos sobre propriedades dos alimentos que você ingere, porém, podem ajudar a manter o corpo mais enxuto e a doença cada dia mais distante.

Sabe que nem sempre é possível uma comidinha com ingredientes selecionados. Por isso, recomenda-se que as pacientes componham um prato bem colorido na hora do almoço fora de casa, pois a variedade de cores garante riqueza de vitaminas e minerais na refeição.

Cápsulas com suplementos também devem ser banidos. Conforme estudos, há um benefício maior ao consumir o alimento natural, fresco, rico em substâncias protetoras, que são melhores absorvidas e aproveitadas que um comprimido com o agente isolado.
Confira as dicas abaixo para um cardápio adequado:

- Dê preferência aos alimentos naturais e frescos, com ênfase para um maior consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), cereais integrais e leguminosas.

- Procure ingerir as hortaliças cruas, e as que necessitarem de cozimento, opte pela cocção a vapor e evite ficar muito tempo sob a ação do calor e/ou em ebulição na água.

- Evite a ingestão de produtos industrializados ricos em produtos químicos (conservantes, corantes, aromatizantes, etc), enlatados, em conserva, alimentos conservados em sal, temperos prontos, etc.

- Evite as frituras, os alimentos gordurosos (ricos em gordura saturada), embutidos e defumados (carnes gordas, bacon, lingüiça, salsicha, frios, leite integral, manteiga, queijos gordos, maionese, creme de leite, pele de frango, salgadinhos, fast food, etc).

- Dê preferência aos produtos integrais no lugar dos refinados. Eles contêm maior teor de vitaminas e sais minerais que se perdem no processo de refinamento.

- Dê preferência aos peixes e aves, e quando consumir carne vermelha, opte pelos cortes que têm menos gorduras.

- No preparo dos alimentos use óleos vegetais (em pequenas quantidades) e temperos naturais (cebola, alho, salsinha, cebolinha, etc); para temperar as saladas, azeite de oliva extra virgem, ervas aromáticas (orégano, manjericão, alecrim, hortelã...) e uma pitada de sal. Evite os molhos prontos e/ou à base de creme de leite ou maionese.

- Evite doces em geral, refrigerantes e bebidas alcoólicas (o álcool aumenta a produção de estrogênio, portanto seu consumo está relacionado ao aumento do risco de desenvolver o câncer de mama).

- Varie sempre os alimentos para que sua alimentação não fique monótona e capriche nas cores, quanto mais colorida for sua alimentação, mais vitaminas e minerais estarão presentes!

- Mantenha o peso adequado. O excesso de gordura estimula a produção de certos
hormônios e processos inflamatórios.

- Lembre-se: mantendo uma alimentação saudável conseqüentemente terá um peso saudável!

- Pratique atividade física regularmente.

Fatores de proteção
Algumas substâncias encontradas nos alimentos possuem propriedades protetoras e contribuem para reduzir os riscos de câncer de mama, e devem ser enfatizadas:

Fitoestrogênio
Fitoestrogênio é um grupo de substâncias encontrado nas plantas e que agem como versão mais fraca do estrogênio humano, limitando o efeito potencialmente prejudicial do estrogênio humano.

Alimentos ricos em fitoestrogênio: alimentos como grãos integrais, ervilhas, feijão, vegetais e frutas contém fitoestrogênio. Soja e alimentos à base de soja, como leite de soja e tofu (queijo de soja), são uns dos mais ativos alimentos que possuem fitoestrogênio.

Antioxidantes
São substâncias que possuem a função de proteção celular contra os efeitos nocivos dos radicais livres (provenientes da oxidação da membrana celular e provoca efeito tóxico e degenerativo no organismo). Entre eles estão:

Vitamina C: encontrada nas frutas cítricas, em especial, na acerola, caju, kiwi, morango, laranja, goiaba, no tomate, pimentão e repolho.

Vitamina E: encontrada no gérmen de trigo, vegetais de folhas verdes escuras, gema de ovo e castanhas.

Licopeno: pigmento encontrado no tomate, goiaba, pitanga, melancia e uva.

Betacaroteno: pigmento encontrado em vegetais e frutas alaranjadas - cenoura, mamão, manga e abóbora.

Fibras
As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a reduzir a formação de substâncias cancerígenas no intestino grosso e a diminuir a absorção de gorduras. Ingerir mais fibras também é considerado um fator de proteção, já que a fibra prende o estrogênio e aumenta a quantidade que você elimina deste.

Estudos mostram a redução de 30% no risco de mulheres que consome 25 a 30 gramas de fibras por dia. As fibras estão presentes nos seguintes alimentos: grãos e cereais integrais, leguminosas, castanhas e sementes, hortaliças e frutas.

Ácidos Graxos Ômega-3 ou Linolênico
Gordura monoinsaturada encontrada especialmente no azeite de oliva extra virgem e também em peixes como salmão, arenque e sardinha. Vale lembrar que a mudança nos hábitos alimentares ajuda não só a reduzir os riscos de desenvolvimento de um câncer, bem como contribui para a prevenção de várias outras doenças, somente se for adotada constantemente no decorrer da vida.

Para ilustrar como seria uma alimentação indicada para a prevenção ao câncer de mama, a nutricionista propõe um cardápio especial:

Café da manhã: café com leite desnatado, pão integral com geléia sem açúcar e queijo branco, e uma porção de fruta

Lanche da mannhã: um iogurte com cereal matinal (tipo granola sem açúcar)

Almoço: salada de folhas variadas, cenoura e beterraba ralada; arroz, feijão, filé de frango grelhado com molho de tomate (natural) e couve refogada.
Sobremesa: salada de frutas

Lanche da tarde: vitamina (leite de soja + 1 fruta + aveia)

Jantar: salada de folhas variadas, tomate e grão de bico; salmão ao forno, brócolis, batata cozida. Sobremesa: uma porção de fruta

Ceia: uma fatia de queijo branco ou tofu

Adaptado do site www.nutrionco.com.br

domingo, 23 de outubro de 2011

Ganho de peso aumenta o risco de reincidência de câncer de mama, diz estudo

OAKLAND - Pessoas que sobreviveram ao câncer de mama e tiveram um grande aumento de peso (10% a mais que o peso antes do diagnóstico) tiveram 14% mais chance de reincidência do câncer, comparadas às mulheres que mantiveram o peso estável, de acordo com uma pesquisa da Califórnia apresentada no encontro da Associação Americana de Pesquisa do Câncer.

A maioria das mulheres não ganha tanto peso após o diagnóstico, mas nossa análise mostrou uma associação com resultados piores para aquelas que ganham - explicou a pesquisadora Bette Caan, da Kaiser Permanente Division of Research.

Além disso, os ganhos de peso tendem a ser maiores em mulheres originalmente mais magras, segundo a pesquisadora. Este agrande aumento de peso ocorreu em 16% das mulheres. Cerca de 19% das mulheres com Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 25 ganharam muito peso e apenas 11% com IMC maior que 30 entraram nessa categoria.

Os dados do estudo são do After Breast Cancer Pooling Project, que inclui 18.336 pessoas que sobreviveram ao câncer, dos EUA e de Shanghai.

Fonte: www.oncoguia.com.br

Saiba como o álcool afeta seu corpo

Especialistas dizem que não existe limite seguro para o consumo e recomendam que autoridades conscientizem população sobre riscos.


Os efeitos do consumo do álcool a curto prazo são conhecidos: ressacas, cansaço, má aparência.

A longo prazo, a ingestão da substância está associada a várias condições, entre elas o câncer da mama, câncer oral, doenças cardíacas, derrames e cirrose hepática, entre outras.

Pesquisas também associaram o consumo de álcool em doses elevadas à problemas de saúde mental, perda de memória e diminuição da fertilidade.

Entretanto, estudos também concluíram que, ingerida com moderação, a substância pode ter um efeito benéfico, ajudando a proteger o coração ao elevar os índices de bom colesterol no organismo e impedir a formação de coágulos sanguíneos.

As mensagens são contraditórias, levando especialistas ouvidos pela BBC a recomendar que as autoridades sejam mais claras em suas campanhas de conscientização.

Não existe nível absolutamente seguro de consumo de álcool, dizem. Mas se você quer beber, não exceda 21 unidades por semana para homens e 14 unidades por semana para mulheres.

Problemas Cardíacos e Câncer

A ingestão de mais de três copos de bebida alcoólica por dia prejudica o coração.

O consumo excessivo, especialmente a longo prazo, pode resultar em pressão alta, cardiomiopatia alcoólica, falência cardíaca e derrames, além de aumentar a circulação de gorduras no organismo.

As associações entre o consumo de álcool e o câncer também são bastante conhecidas.

Um estudo publicado no British Medical Journal no ano passado concluiu que o consumo de álcool provoca pelo menos 13 mil casos de câncer por ano na Grã-Bretanha, nove mil em homens e quatro mil em mulheres.

O efeito negativo do álcool para a saúde em geral pode estar associado a uma substância conhecida como acetaldeído - produto em que o álcool é transformado após ser digerido pelo organismo.

Essa substância é tóxica e experimentos demonstraram que ela danifica o DNA.

O cientista KJ Patel, que trabalha no laboratório de biologia molecular do Medical Research Council, na Grã-Bretanha, vem pesquisando os efeitos tóxicos do álcool.

"Não há a ocorrência de uma célula cancerosa a não ser que o DNA seja alterado. Quando você bebe, o acetaldeído está corrompendo o DNA da vida e colocando você no caminho para o câncer".

Imunidade e Fertilidade

Um relatório publicado recentemente na revista científica Bio Med Central (BMC) Innunology revelou que o álcool afeta a capacidade do organismo de combater infecções virais.

E estudos sobre fertilidade indicam que mesmo o consumo moderado da substância diminui a probabilidade de uma mulher conceber. Nos homens, o consumo excessivo diminui a qualidade e quantidade de esperma.

KJ Patel acaba de completar uma investigação sobre os efeitos tóxicos do álcool sobre ratos.

Seu estudo indica que uma única dose excessiva de álcool durante a gravidez pode ser suficiente para provocar danos permanentes sobre o genoma do feto.

A Síndrome Alcoólica Fetal, segundo Patel, "pode resultar em crianças com danos sérios, nascidas com anomalias na cabeça e face e com deficiências mentais".

Fígado

O médico Nick Sheron, que comanda a unidade de fígado do Southampton General Hospital, na Inglaterra, disse que os mecanismos por meio dos quais o álcool prejudica o organismo não são claros.

"A toxicidade do álcool é complexa, mas sabemos que há um relacionamento próximo e claro".

Quanto maior a ingestão semanal, maior o dano ao fígado e esse efeito aumenta exponencialmente em alguém que bebe de seis a oito garrafas de vinho - ou acima disso - nesse período.

Segundo Sharon, nas últimas duas ou três décadas, houve um aumento de 500% no número de mortes por doenças do fígado na Grã-Bretanha. Dessas, 85% foram provocadas pelo álcool. O ritmo desse crescimento começou a diminuir, mas muito recentemente.

"O álcool tem um impacto maior sobre a saúde do que o fumo porque ele mata em uma idade menor". Segundo o especialista, doenças do fígado provocadas pelo consumo de álcool matam por volta dos 40 anos de idade.

Álcool x heroína, crack e cocaína

O consumo de álcool é, cada vez mais, um problema de saúde pública.

No início do ano, o serviço nacional de saúde britânico, NHS, anunciou que internações associadas ao consumo de álcool na Grã-Bretanha atingiram nível recorde em 2010. Houve mais de um milhão de internações, em comparação com 945.500 em 2008-2009 e 510.800 em 2002-2003. Quase dois terços dos pacientes eram homens.

Segundo a entidade beneficente britânica Álcool Concern, há estimativas de que o número de internações possa alcançar 1,5 milhão por volta de 2015.

Quando são considerados os perigos para o indivíduo e a sociedade como um todo, o álcool é mais prejudicial do que a heroína e o crack - concluiu um estudo publicado no ano passado na revista científica The Lancet.

O estudo, feito pelo Comitê Científico Independente sobre Drogas, órgão científico independente que estuda as drogas e seus efeitos, concluiu também que o álcool é três vezes mais prejudicial do que a cocaína e o tabaco porque é usado de forma muito mais ampla.

Consumo recomendado

A diretora de pesquisas do Institute of Alcohol Studies, Katherine Brown, disse que as orientações atuais sobre o consumo de álcool e a forma como essas diretrizes são comunicadas à população podem estar contribuindo para a desinformação do público.

"Precisamos ser cuidadosos quando sugerimos que existe um nível "seguro" de ingestão. Na verdade, precisamos explicar que existem riscos associados ao consumo do álcool e que quanto menos você bebe, menor seu risco de desenvolver problemas de saúde".

Para a especialista, é preciso mudar a percepção de que "beber regularmente é uma prática normal e livre de riscos". O médico Nick Sheron concorda.

"Não existe um nível seguro. As pessoas apreciam um drink, mas precisam aceitar que existem riscos e benefícios".


BBC Brasil

Para 83% dos que fumam, câncer é lenda


Maioria dos fumantes ignora tumor que mais mata no País e não se imagina com a doença

Ao receber o diagnóstico de câncer de pulmão, pacientes costumam associar a doença ao tabagismo. Mas, apesar de a grande maioria ser fumante ou ex-fumante quando recebe a notícia, muitos (83%) afirmam nunca ter se imaginado com o problema. O tipo de tumor que mais mata no Brasil é também o que pode ser evitado mais facilmente.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 90% dos casos estão relacionados ao fumo. "Surpreendentemente, e apesar de saber que a doença é relacionada ao tabagismo, uma parcela não para de fumar quando descobre o câncer no pulmão", observa o oncologista Gilberto de Castro, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Quem larga o cigarro nessa fase, diz ele, tem melhor resposta ao tratamento em comparação aos que continuam fumando.

Pesquisa recente feita pelo Instituto Ipsos sob encomenda da empresa farmacêutica Pfizer traçou o perfil dos pacientes de câncer de pulmão e o impacto trazido pela doença - que provocou 20.622 mortes em 2008, segundo o mais recente levantamento do Inca.

O resultado das 201 entrevistas feitas em seis regiões do País para a pesquisa Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes mostrou que, além de impor uma rotina rígida de tratamento, a doença causa mudanças no relacionamento com família e amigos, aumenta a religiosidade e muda completamente os hábitos do doente.

Se, antes do diagnóstico, 75% apontavam a família como o principal grupo de sociabilidade, depois dele essa parcela passa a ser de 81%. Apenas 45% dos pacientes alegam poder contar com os amigos durante o tratamento. Enquanto isso, o apoio irrestrito da família é mencionado por 96%.

Para o oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio-Libanês, que coordenou a pesquisa, a mudança é observada com frequência. "O paciente passa a ter vários tipos de compromissos relacionados à doença, como exames e quimioterapia, e os amigos não conseguem acompanhá-lo", diz.

Em parte dos casos, o abalo emocional de receber o diagnóstico leva o paciente a "procurar apoio em todos os níveis", segundo explica o médico Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C.Camargo. "Quem não tinha religião, acaba se agarrando a algum apoio espiritual", comenta.

Segundo a pesquisa, antes de saber da doença, 79% dos pacientes afirmavam ter religião, parcela que pulou para 88% após o diagnóstico. Também foi constatado um aumento na frequência a cultos religiosos. O aposentado Alberto Alvarez, de 77 anos, encontrou na espiritualidade forças para os momentos difíceis ao saber que tinha câncer de pulmão, há 10 anos. "Quando a gente se vê numa situação assim, corre pra todos os lados", diz o católico com simpatia pelo espiritismo, hoje livre da doença. "Na minha cabeça, fumar era errado"

Em 1951, quando Alberto Alvarez tinha 17 anos, o cigarro era associado apenas ao glamour e à liberdade. "Naquele tempo, a gente ia ao cinema, assistia àqueles filmes e queria imitar os artistas", conta o aposentado. Na época, a população ainda não sabia que o hábito de fumar estava relacionado a vários tipos de câncer e a doenças cardiovasculares e respiratórias. Também não existiam ambientes livres de tabaco nem imagens desconcertantes na embalagem do cigarro.

Depois de 48 anos, Alvarez reconheceu que era hora de parar. Escolheu uma data emblemática - 9/9/1999 - e fez questão de não avisar a família, para o caso de a empreitada falhar. "Eu tinha na cabeça que fumar era errado. Quando encontrava com um amigo que tinha parado, procurava saber como ele fez."

Às vésperas do século 21, o modo como as pessoas encaravam o fumo também havia mudado. Alvarez conta que ficava triste quando, na fila do banco ou na rua, alguém olhava feio no momento em que ele acendia um cigarro.

Um ano e meio depois de ter abandonado definitivamente o vício, veio o diagnóstico em um check up de rotina: câncer de pulmão. Segundo especialistas, os ex-fumantes só se igualam aos que nunca fumaram no risco de desenvolver câncer 15 anos depois do abandono do cigarro.

Alvarez passou por uma operação complexa e teve de ficar internado durante cinco meses. Em vários momentos, a família foi avisada de que não havia muito mais a ser feito. Hoje, aos 77 anos, ele se considera feliz por estar curado.

Para seu médico, Jefferson Luiz Gross, do Hospital A.C.Camargo, a força de vontade e a cooperação foram essenciais. "A condição emocional é fundamental na evolução do tratamento. Se o paciente se deprime e desiste, ele tende a não resistir." Alvarez conta que não chegou a ficar triste quando recebeu a notícia da doença. "Foi a forma como o médico falou. Ele soube demonstrar o que estava acontecendo, relata, afirmando ter conseguido passar por tudo com tranquilidade porque confiava na equipe que o atendia. Efeito do cigarro só aparece a longo prazo, diz médico.

As ações antitabagistas - que ajudaram a reduzir em quase 50% a parcela de fumantes nas últimas duas décadas no Brasil - devem provocar nos próximos 10 anos um impacto no número de diagnósticos de câncer de pulmão. A previsão é do pneumologista Ricardo Meirelles, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer (Inca). "Acreditamos que esse impacto deva acontecer em um prazo mais longo porque o câncer de pulmão é uma doença lenta. Quem começa a fumar agora, vai ter mais riscos em 25 ou 30 anos."

Para Meirelles, as próximas estatísticas devem mostrar estabilização e queda do número de casos. Mas isso ocorrerá primeiro entre os homens. "Notamos que em alguns países a curva ascendente de câncer de pulmão entre os homens está estabilizando e a das mulheres crescendo. Elas começaram a fumar mais tarde." A estimativa de novos casos de câncer de pulmão para este ano no País é de 17, 8 mil entre os homens e 9.830 entre as mulheres.

O TUMOR EM NÚMEROS NO BRASIL

Para 2011, estão previstos 27.630 novos casos no País. Entre os homens, serão 17,8 mil novos pacientes. É segundo câncer mais incidente, perdendo para a próstata, que deve ter 52.350 novos casos este ano. Entre as mulheres, a doença fará 9.830 novas pacientes. É o quarto câncer mais incidente, perdendo para a mama (49.240), o colo de útero (18.430) e cólon e reto (14.800).

Trata-se do câncer que mais mata entre a população geral. Em 2008, último dado disponível pelo Inca, ela provocou 13.141 mortes entre homens e 7.480 entre mulheres em todo o Brasil 76% dos 201 entrevistados fumavam no ato do diagnóstico 29 anos é a média de tempo que fumaram (cerca de 40 cigarros por dia) 67% trabalhavam antes do diagnóstico. Desses, 88% trabalhava mais que 8 horas por dia.

Entre os fumantes, 59% relataram terem se sentido culpados no momento do diagnóstico 90% dos pacientes submeteram-se à quimioterapia, 65% à radioterapia e 31% à operação 87,5% dos pacientes afirmaram que se submeteriam a tratamentos experimentais 35% disseram que utilizariam tratamentos alternativos sem indicação do médico 90% relacionam o cigarro à doença; 49% citam as questões hereditárias; 36% associam sentimentos negativos ao câncer e 32% citam o estresse.

Jornal da Tarde
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Especialistas querem evitar tratamentos “inúteis” contra o câncer

Especialistas britânicos pediram aos doentes terminais de câncer evitar se submeter a tratamentos “inúteis” e caros que oferecem “falsas esperanças”, informou nesta terça-feira a revista médica “The Lancet Oncology”.

O professor Richard Sullivan, do King’s College de Londres, e um grupo de acadêmicos afirmaram que alguns médicos criam “expectativas irreais” nos doentes ao submetê-los a diversos tratamentos, ao invés de deixar que a família poupe o dinheiro para dar conforto ao paciente terminal.

O aumento do custo dos tratamentos se deve ao fato da maioria dos doentes ser idoso e serem oferecidos tratamentos modernos e complexos, acrescenta o artigo publicado nesta terça-feira.

“É preciso dar atenção especial aos custos do cuidado ao paciente com câncer no final da vida”, acrescentam. Os acadêmicos lembram que algumas formas de câncer são atualmente incuráveis.

Os estudos sugerem que grande parte dos custos totais do atendimento aos pacientes terminais corresponde às últimas semanas de vida, algo que resulta inútil, ressaltam os especialistas.

“Tratamentos como a quimioterapia nas últimas semanas de vida não só têm consequências financeiras para a família do doente e a sociedade, mas podem comprometer também a qualidade de vida do paciente”, afirmam.

Em seu estudo, os acadêmicos avaliaram uma série de tratamentos e observaram que muitas vezes mesmo os melhores podem ser inúteis. “Os médicos e a indústria da saúde criaram expectativas irreais para impedir o agravamento da doença e a morte”, insistem.

“Estas expectativas permitem a aplicação inadequada de tratamentos de eficácia relativa, inclusive a cirurgia”, afirmam os especialistas, destacando que nos países desenvolvidos o tratamento contra o câncer é uma “cultura do excesso”. “Estamos em uma sociedade centrada quase exclusivamente no lucro e esse lucro costuma ser pequeno”.

Portanto, o artigo evidencia que os médicos devem considerar a maneira mais efetiva e menos dispendiosa das opções disponíveis para estes pacientes, por isso sugerem o fornecimento de determinados remédios unicamente aos que possam tirar algum proveito.

Fonte: www.revistaonco.com.br

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Câncer exige mais cuidado bucal

Pacientes com a doença precisam de tratamento odontológico durante e após químio e radioterapia

Cerca de 80% dos pacientes com câncer desenvolvem, em algum período do tratamento, problemas bucais. A afirmação é do cirurgião dentista Alan Roger, do Ambulatório de Odontologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Segundo o especialista, esses problemas, que aparecem como efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia, merecem atenção especial na medida em que podem impactar no resultado final do tratamento.

"Toda pessoa que vai começar a ser tratada deve ser encaminhada para um cirurgião dentista para que seja feita a avaliação e a orientação pré-tratamento", recomenda o coordenador do Serviço de Saúde Bucal do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José, Luís Marcelo Sêneda.

De acordo com ele, como o tratamento contra o câncer provoca a queda da imunidade, uma situação que seria corriqueira em uma pessoa saudável pode sair do controle no caso do paciente oncológico. Roger explica que o problema é que a quimioterapia não é seletiva e, além de atacar as células do tumor, também ataca células de outros tecidos, como os da boca. Por isso, diz ele, surgem as feridas, chamadas de mucosites.

Comuns em pacientes oncológicos, essas feridas bucais são porta de entrada para bactérias que levam a infecções possivelmente fatais ao organismo já debilitado. "O paciente, que já enfrenta uma debilidade por causa da doença, torna-se vulnerável a infecções por causa das feridas", esclarece Roger. "Isso sem falar da dor que impede que ele (paciente) coma certos alimentos e que beba água. Ele fica ainda mais debilitado."

No caso daqueles que fazem tratamento com radioterapia, além das mucosites há também o risco de desenvolver as chamadas cáries de radiação. Um dos fatores que levam a essas cáries é o efeito da radiação sobre a produção de saliva. "Sem a saliva, os dentes quebram mais facilmente e as cáries progridem rápido", explica Roger, que além de atuar no Icesp também é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para o especialista, os pacientes devem ser orientados a intensificar os cuidados com o fio dental e a escovação e a aderir a bochechos com líquidos especiais receitados pelo dentista. A escova também deve ser mais macia para evitar lesões no interior da boca.

O dentista Marcelo Fardin, que atende pacientes com câncer no Hospital São Luiz, lembra que, em alguns casos, é preciso até interromper a quimioterapia para tratar de uma infecção adquirida pelo paciente em decorrência de um problema bucal. Por isso, centros de tratamento de câncer têm áreas específicas reservadas à odontologia. Além do Icesp, o Hospital São José, o Hospital São Luiz e o Ambulatório de Oncologia Pediátrica do Santa Marcelina oferecem esse tipo de serviço.

"Sequelas podem ser permanentes", diz médica do Icesp

Segundo a cirurgiã dentista Thais Brandão, que coordena o Ambulatório de Odontologia do Icesp, a manutenção odontológica é necessárias mesmo após o fim do tratamento oncológico. "Os cuidados bucais devem permanecer por toda a vida", diz, lembrando que algumas sequelas são permanentes.

A perda de paladar e candidose (conhecida como sapinho) são comuns em pacientes com câncer e, de acordo com especialistas, o profissional mais capacitado para atendê-los é o dentista com especialização em estomatologia. "A manipulação inadequada pode implicar em grandes riscos para o paciente", diz Luís Marcelo Sêneda, do Hospital São José.

Fonte:


Estadão
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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ervas aromáticas: um toque especial a sua comida

As ervas aromáticas são plantas utilizadas como aromatizantes, dos
quais utilizamos as folhas, sementes e flores. Podem ser acrescentadas em diversas preparações, decorando, modificando a aparência visual e tornando os pratos mais temperados, atraentes e requintados. Possuem pouquíssimas calorias.
Um ponto importante é saber dosar a quantidade utilizada, pois algumas ervas possuem sabor acentuado, podendo prejudicar o sabor verdadeiro do alimento.
Pessoas hipertensas que não podem usar o sal de cozinha, ou mesmo aquelas com o paladar e o olfato alterados devidos a tratamentos como a quimioterapia, devem abusar das ervas frescas que temperam e oferecem um paladar bastante agradável.
Manjericão: muito utilizado em preparações italianas, principalmente em molhos de tomate.
Manjerona: é uma erva adocicada. Pode ser utilizada em pizzas,
assados e molhos.
Hortelã: pode ser utilizada em sucos, chás, saladas, molhos,
vitaminas, cozidos, entre outras preparações.
Sálvia: pode ser encontrada fresca ou seca, podendo aromatizar
carnes, aves, peixes, vegetais, queijos e ovos. Procure não misturar
com outras ervas, pois poderá perder o seu aroma.
Estragão: é acrescentada a molhos, frangos, peixes, ovos etc.
Possui sabor acentuado, devendo ser utilizada com moderação.
Salsa: existem dois tipos, de folhas lisas e frisadas. As folhas lisas são muito utilizadas para decorar pratos. Porém, ambas podem ser
utilizadas em diversas preparações, como molhos, saladas, farofas,
cozidos etc.
Coentro: é muito utilizada em preparações com alimentos do mar,
como peixes, mariscos e camarões.
Louro: é encontrado fresco, seco e em pó. Usado com moderação, é
um ótimo tempero para feijões, ensopados, assados e carnes
grelhadas.
Alecrim: acrescenta-se em carnes, aves, peixes e massas.
Tomilho: é encontrada fresca, seca ou em pó, pode-se utilizar em
carnes, sopas, peixes, queijos e ovos.

Alteração do Odor ou Sabor

A quimioterapia, a radioterapia ou a doença em si pode causar
alteração do odor ou do sabor.
Experimente alimentos e bebidas que você não está acostumado a
ingerir.
- Mantenha os dentes escovados e procure beber bastante líquido por
dia em intervalos pequenos para melhorar a percepção do sabor.
- Prefira alimentos que tenham uma boa aparência para você e um
bom odor, de preferência frios (frutas, gelatinas, mousses, iogurtes,
vitaminas, sorvetes) ou à temperatura ambiente (sanduíches).
- Procure marinar as carnes em sucos de frutas ou vinho doce. Use
molho agridoce em preparações prontas.
- Abuse das ervas aromáticas na sua comida: cebola, alho, salsa,
cebolinha, coentro, orégano, manjericão, tomilho, noz moscada,
erva doce, assim como limão, frutas cítricas, vinagre e picles (caso não apresente feridas na boca)
- Chupe balas de limão, menta ou chicletes sem açúcar para ajudar a
evitar o sabor desagradável que permanece na boca após
alimentação.
- Procure usar tofu defumado ou carne seca magra para adicionar
sabor à preparação (feijão, carnes, vegetais).
- Misture à comida, frutas frescas ou em calda.
- Procure usar utensílios de plástico, caso esteja com sabor metálico
na boca.
- Se a água estiver com gosto amargo, procure colocá-la dentro de
uma jarra com galhos de hortelã ou casca de laranja. A água vai
ficar com um sabor mais agradável e refrescante.
- Esteja preparado para essas alterações. Haverá dias que o paciente
não vai querer sua comida favorita porque o sabor está alterado.
Outras vezes, ele estará apto a comer um alimento que não tolerava
no dia anterior.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Suplementação de ômega-3 aumenta a eficácia de quimioterapia

Pesquisadores canadenses publicaram na revista científica Cancer um estudo que comprovou os benefícios da suplementação de ácidos graxos ômega-3 em aumentar a eficácia da quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão, contribuindo para aumento da sobrevida.

Trata-se de um ensaio clínico, aberto, controlado por placebo que avaliou 46 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas. Este tipo de câncer ocorre em 75% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão e corresponde a um grupo heterogêneo composto de três tipos histológicos principais e distintos (carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células). Mais de 65% dos casos de câncer de pulmão de células não pequenas avançado não respondem à quimioterapia de primeira linha e as taxas de sobrevivência em um ano são baixas.

Neste sentido, os pequisadores trabalharam a hipótese de que a suplementação com óleo de peixe (fonte de ácidos graxos ômega-3) durante a quimioterapia de primeira linha iria aumentar as taxas de resposta ao tratamento.

Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo controle (n=31), que recebeu quimioterapia padrão (carboplatina com vinorelbina ou gemcitabina) + placebo; e o grupo suplementação (n=15), que recebeu também a quimioterapia padrão + 2,5 g de ômega-3/dia, sendo 2,2 g de EPA (ácido eicosapentaenoico) e 240 mg de DHA (ácido docosahexaenoico).

O grupo que recebeu a suplementação apresentou melhor taxa de resposta à quimioterapia e maior benefício clínico quando comparado ao grupo placebo. Além disso, os pacientes que receberam a suplementação tiveram uma tendência ao aumento de um ano de sobrevida em relação ao grupo placebo.

Os pesquisadores afirmam que este é o primeiro estudo que avaliou e comprovou que a adição de 2,5g de ômega-3 aumenta a sobrevida e as taxas de resposta à quimioterapia de primeira linha em pacientes com câncer de pulmão.

“A suplementação de ômega-3 pode representar uma abordagem segura e não tóxica para melhorar o tratamento de pacientes com câncer de pulmão. A diferença observada nas taxas de resposta entre os grupos foi impressionante, mesmo com um número pequeno de pacientes. No entanto, reconhecemos que existe a necessidade de confirmação por meio de mais ensaios clínicos randomizados para confirmar esses achados”, concluem.

Fonte:http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=516

Referência(s)

Murphy RA, Mourtzakis M, Chu QS, Baracos VE, Reiman T, Mazurak VC. Supplementation with fish oil increases first-line chemotherapy efficacy in patients with advanced nonsmall cell lung cancer. Cancer. 2011;117(16):3774-80.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A dieta pode auxiliar o controle do ácido úrico?

Orientação nutricional para o controle do excesso de ácido úrico no sangue, tanto para a prevenção quanto para o tratamento da gota úrica:

1) Evite as restrições calóricas intensas, pois elas podem elevar agudamente o ácido úrico no sangue. Isto porque essas dietas causam a chamada cetose, que, por sua vez, leva à excreção renal prioritária dos corpos cetônicos em detrimento da excreção do ácido úrico, podendo causar uma crise de gota;

2) Mantenha uma hidratação adequada, pois esta medida é um fator de prevenção, uma vez que dilui a urina, aumenta o volume urinário e reduz a possibilidade de precipitação dos cristais de ácido úrico;

3) Evite o consumo de bebidas alcoólicas, pois nenhuma dieta que se propõe ao tratamento do excesso de ácido úrico é bem sucedida se o consumo de álcool não for abolido. Isso se aplica aos quadros de gota e lesões renais causadas pelo excesso de ácido úrico. São comuns crises de atrite aguda que se seguem ao consumo de bebida alcoólica;

4) Nos casos de elevação discreta e assintomática do ácido úrico, não há necessidade de restrições alimentares específicas, desde que mantenha o peso normal e o controle dos demais parâmetros metabólicos como a glicose, os triglicérides e o colesterol. Não se justifica a restrição de grãos, frutas cítricas e tomate, como muitos acreditam;

5) Excessos na ingestão de carnes e frutos do mar estão associados a um aumentado risco de gota. Estudos recentes têm revelado que para cada porção adicional diária de carne na dieta, teremos 21% de aumento do risco de gota e para cada porção semanal adicional de frutos do mar, 7%;

6) Há forte relação inversa entre a ingestão de laticínios - principalmente os de baixo teor de gordura - e a incidência de gota. A ingestão de proteínas do leite- caseína e lactolbumina - tem sido mostrada como fator redutor do ácido úrico em pessoas saudáveis devido ao efeito dessas proteínas, facilitando a perda de ácido úrico na urina e reduzindo assim seus níveis no sangue;

7) Excessos na ingestão de proteínas vegetais não têm sido relacionados a risco aumentado de gota na população em geral. Alguns estudos sugerem que a proteína vegetal - encontrada nas leguminosas como o feijão, soja, lentilha, grão de bico e ervilha - pode até ter um efeito protetor, embora menos efetivo do que aquele exercido pelos laticínios.

Relação de alimentos

Alimentos que podem e que não podem ser consumidos por quem apresenta elevação das taxas de ácido úrico no sangue:

ALIMENTOS PROIBIDOS

Álcool, principalmente os fermentados como a cerveja
Peixes: salmão, bacalhau, arenque, ovas de peixes, truta, cavala, sardinha
Carnes: vitela, bacon, carneiro e cabrito
Miúdos: coração, fígado
Aves: galeto, peru
Pães doces e molhos em geral

ALIMENTOS QUE DEVEM SER CONSUMIDOS MODERADAMENTE

Carnes: vaca, frango, porco e presunto
Peixes não citados no grupo anterior
Camarão e frutos do mar
Leguminosas: feijão, soja, grão de bico, ervilha, lentilha
Verduras: aspargo, cogumelos, couve-flor, espinafre
Cereais integrais
Oleaginosas: côco, nozes, amendoim, castanha do Pará e de caju

ALIMENTOS QUE PODEM SER CONSUMIDOS LIVREMENTE

Leite e derivados
Ovos
Chá
Vegetais: legumes e verduras exceto os citados no grupo anterior.
Doces em geral
Frutas: todas

Dra. Ellen Simone Paiva
Médica Endocrinologista e Nutróloga
Diretora Clínica do CITEN - (Centro Integrado de Terapia Nutricional)
Fonte: www.citen.com.br

Aumente seu apetite durante a quimioterapia

A perda de apetite é uma possível reação adversa da quimioterapia, tratamento usado para combater o câncer.

Mas comer bem é importante para ajudar o corpo a permanecer forte durante o tratamento, que envolve desgaste físico e emocional.

O Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos, sugere maneiras de aumentar o apetite:

1) Coma em horários agendados todo dia, mesmo se isso significar ter apenas uma refeição pequena ou algumas colheres de comida

2) Coma cinco ou seis pequenas refeições durante o dia, em vez de se forçar a comer três refeições grandes

3) Se a sua comida tiver gosto metálico, use utensílios de plástico e panelas de vidro

4) Faça um pouco de exercício todo dia, mesmo que seja apenas uma breve caminhada

5) Se comida sólida se tornar difícil de engolir, opte por sopa ou até mesmo por um milkshake

6) Beba líquidos durante o dia. Mas os evite durante e logo antes da refeição para não ficar estufado demais para comer


Fonte: Delas, iG


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Suplementos antioxidantes e a prevenção do câncer

Muitas pessoas usam suplementos antioxidantes tais como as vitaminas A,C, e E; beta-caroteno e selênio com o objetivo de melhorar a sua saúde e prevenir o desenvolvimento de câncer.

Com o objetivo de avaliar os possíveis efeitos dos suplementos oxidantes na prevenção do câncer, Investigadores da Universidade de Seul realizaram uma revisão (meta-análise) de 22 estudos clínicos. Os dados de um total de 161.045 pacientes foram

analisados. Desse total, 88610 fizeram uso de antioxidantes e 72435 pacientes não faziam uso de antioxidantes.

Como resultado, não foi encontrado benefício com o uso de suplementos antioxidantes na prevenção do desenvolvimento de câncer (risco relativo 0.99; 95% IC 0.96-1.03). O uso de suplementos antioxidantes não se mostrou efetivo tanto como prevenção primária (em pacientes que nunca tinham tido câncer), ou como secundária, em pacientes com diagnóstico prévio de câncer.

Também não foi encontrado qualquer dado que sugerisse benefício de um tipo particular de agente oxidante, ou ainda qualquer tipo de câncer que tivesse sua incidência diminuída pelo uso de antioxidantes. De fato, em 4 desses estudos clínicos, o uso de suplementos antioxidantes se correlacionou com um aumento da incidência de câncer de bexiga (risco relativo 1.52; 95% IC 1.06 – 2.17).

Os autores concluem que não existem evidências clínicas de prevenção primária ou secundária do câncer pelo uso de agentes antioxidantes, podendo mesmo haver efeito deletério para alguns tipos de câncer.

Fonte: Annals of Oncology – Jan/2010

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Plano de saúde deverá cobrir até 12 sessões com nutricionista

A partir do ano que vem, os planos de saúde serão obrigados a cobrir até 12 consultas anuais de seus segurados com nutricionistas --o dobro do número atual. No caso de pacientes diabéticos, serão 18 consultas por ano.

A determinação faz parte do novo rol de procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Publicado ontem no "Diário Oficial" da União, o documento prevê a inclusão de 58 novos procedimentos e a ampliação da cobertura de 11.

As novidades incluem 41 cirurgias por vídeo, método considerado menos invasivo.

Entre elas está a operação de redução de estômago, indicada para pacientes obesos, e a retirada da próstata, intervenção feita geralmente em decorrência de câncer.

O documento também detalha quais despesas devem ser pagas ao acompanhante da mãe durante o trabalho de parto e o pré e pós-parto.

Apesar de a presença do acompanhante estar prevista em resolução anterior da ANS, havia casos de cobranças já que as despesas não eram discriminadas. Elas agora incluem acomodação, alimentação e vestimenta.

Em abril, uma lei paulista proibiu as maternidades de cobrar pela paramentação do acompanhante, mas nada se dizia sobre alimentação.

As mudanças começam a valer em janeiro para planos contratados a partir de 1999.

Para a gerente-geral de regulação assistencial da ANS, Martha Oliveira, a ampliação dos procedimentos não acarretará em aumento significativo de preço aos segurados. Segundo ela, os novos exames podem reduzir o número de internações ou de procedimentos complementares.

"Em 2008, houve uma inclusão de 150 procedimentos. Depois de um ano, o impacto foi de 1,1%. Há procedimentos que, inicialmente, acha-se que têm um alto custo e terão um alto impacto. Mas ele pode ter alto custo, mas reduzir o uso de outros exames e de internações."

Fonte: Folha de São Paulo

domingo, 14 de agosto de 2011

Receitas Gostosas de Batidas Hipercalóricas e Hiperprotéicas

Vitamina Alpino
Ingredientes
02 xícaras de chá de leite integral
03 colheres de sopa de chocolate em pó
01 colher de sopa de amido de milho
01 colher de sopa de farinha de aveia
01 colher de chá de canela
04 colheres de sopa de açúcar

Modo de Preparo
01. Leve ao fogo a amido de milho diluída em 1 xícara de leite e misture até formar uma consistência cremosa
02. Bata essa mistura no liquidificador junto com o restante do leite e os outros ingredientes
03. Leve à geladeira e sirva frio
Sugestão: no inverno sirva quente
Rendimento: 2 porções de 240 ml
Valor calórico da porção: 340 kcal

Vitamina Prestígio
Ingredientes
02 xícaras e meia de chá de leite integral gelado
meia xícara de chá de leite de coco
05 colheres de sopa de chocolate em pó
01 colher de sopa de coco ralado
05 colheres de sopa de leite em pó
02 colheres de sopa cheias de açúcar

Modo de Preparo
Bata no liquidificador todos os ingredientes e sirva a seguir
Sugestão: Como bebida de inverno troque o leite em pó por 1 colher de sopa cheia de amido de milho, leve ao fogo com o leite e o açúcar até engrossar. Depois bata no liquidificador com o restante dos ingredientes e sirva.
Rendimento: 4 porções de 200 ml
Valor calórico da porção: 245 kcal

Vitaminão
Ingredientes
01 xícara de chá de suco de laranja
01 fatia de mamão papaya
02 pedras de gelo
04 colheres de sopa de açúcar
04 colheres de sopa rasas de leite em pó
02 xícaras de chá de leite integral

Modo de preparo:
Bata no liquidificador todos os ingredientes e sirva a seguir
Rendimento: 3 porções de 140 ml
Valor calórico da porção: 204 kcal

Vitamina de Beijinho
Ingredientes:
02 xícaras de leite
meia xícara de leite de coco
01 colher de sopa de coco raIado
01 colher de sobremesa de amido de milho
03 unidades de cravo


Modo de Preparo
01. Leve ao fogo o leite com cravo até ferver.
02. Acrescente a amido de milho diluída num pouquinho de leite e mexa até engrossar
03. Retire o cravo e bata o mingau no liquidificador com o leite de coco e o coco ralado
04. Sirva gelado ou quente dependendo da estação
Rendimento: 2 porções de 200 ml
Valor calórico da porção: 322 kcal

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Comer soja após câncer de mama é seguro

Novo estudo aponta que ela pode inclusive ajudar a reduzir os riscos de reincidência da doença


Para quem já enfrentou um câncer de mama é comum o temor de que os alimentos à base de soja irão aumentar os riscos de reincidência da doença, mas uma nova pesquisa sugere que tais temores são infundados.

“Não encontramos nenhuma evidência de que a ingestão de soja após um câncer de mama aumente o risco de reincidência ou morte causada pela doença”, disse a Dra.

Xiao Ou Shu, professora de epidemiologia e medicina do Vanderbilt University Medical Center, de Nashville (EUA).

“Nosso estudo indicou que os alimentos à base de soja são seguros para pessoas que já sofreram um câncer de mama, podendo mesmo reduzir os riscos de reincidência”, disse a especialista, enfatizando que o estudo analisou alimentos, como o tofu ou soja em grãos, e não os suplementos de soja.

A pesquisa deve ser apresentada em Orlando este mês, durante o encontro anual da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer. Os resultados de estudos apresentados em encontros médicos são considerados preliminares até serem publicados em um periódico especializado.

Para a pesquisa, foram avaliados os dados de 9.515 mulheres que participaram dos seguintes estudos sobre sobreviventes ao câncer de mama: Epidemiologia da Vida Pós-Câncer, Alimentação e Vida Saudável da Mulher (EUA) e Estudos dos Sobreviventes ao Câncer de Mama de Xangai (China).

Shu revisou informações sobre a ingestão de soja por meio de questionários aplicados às participantes. O tempo médio entre o diagnóstico do câncer de mama e a avaliação sobre a ingestão de soja foi de aproximadamente 14 meses.

Depois de sete anos e meio de acompanhamento, Shu encontrou 1.348 casos de reincidência de câncer de mama e 1.171 mortes causadas pela doença e por outros fatores. Comparadas às mulheres que ingeriram a menor quantidade de soja, aquelas no grupo de 10% de ingestão de soja apresentaram um risco 35% inferior de reincidência.

O grupo que ingeriu maior quantidade de soja também apresentou uma redução de 17% no risco de morte por todas as causas durante a fase de acompanhamento do estudo. Entretanto Shu explica que os resultados não alcançaram significância estatística.

O consumo de soja foi considerado mais alto entre os grupos do estudo de Xangai do que entre os americanos. Qual, então, seria a quantidade de soja ideal?

“Uma xícara de leite de soja ou meia porção de tofu (56 gramas) por dia pode oferecer os níveis de isoflavona de soja semelhantes à quantidade ingerida pelo grupo de 10% do estudo da população americana”, ela explica.

“No passado, as mulheres que sobreviveram ao câncer de mama costumavam evitar alimentos à base de soja”, disse a Dra Marian Neuhouser, que faz parte do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle.

Ela diz que o principal temor dos especialistas era de que a soja pudesse atuar como um fitoestrógeno mais fraco, sendo que a maior parte dos casos de câncer de mama é do tipo receptor de estrógeno positivo.

“Acho que este estudo, e também outro realizado anteriormente, apóia a idéia de que os alimentos à base de soja são seguros para mulheres com câncer de mama”, disse ela.

A especialista também enfatizou que o estudo analisou alimentos, não suplementos à base de soja. Ela diz que a soja é uma ótima fonte de proteína com baixo teor de gordura, além de contribuir para uma alimentação saudável em geral – e padrões alimentares saudáveis estão relacionados à menor reincidência.

Neuhouser diz: “Um café com leite de soja não é o mesmo que um café com leite integral, que é o tipo que contém maior teor de gordura”.

* Por Kathleen Doheny, New York Times

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fadiga oncológica



De acordo com o Instituto Nacional de Câncer nos Estados Unidos, 72% a 95% dos pacientes com câncer que recebem tratamento apresentam aumento nos níveis de fadiga resultando em diminuição significativa na capacidade funcional, levando-os a uma perda muito grande da qualidade de vida.

O metabolismo de pacientes portadores de neoplasias sofre modificações drásticas devido ao estresse criado pela própria doença, como também pelos efeitos colaterais produzidos pelos tratamentos tradicionais realizados (cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia ou radioterapia).

Os mecanismos fisiopatológicos propostos incluem anormalidade do metabolismo de energia relacionado ao aumento de exigência (devido ao crescimento do tumor, infecção, febre ou cirurgia); diminuição da disponibilidade de substratos metabólicos (devido à anemia, baixa oxigenação ou deficiência nutricional); ou produção anormal de substâncias que diminuem o metabolismo ou funcionamento normal dos músculos.

As combinações dessas modificações metabólicas podem ser associadas à depressão psicológica e à diminuição no apetite, fatores que levam os pacientes a iniciarem um ciclo vicioso de perda de massa muscular, diminuição nos níveis de atividade física, resultando em um estado de fraqueza generalizada (astenia).

A piora da fadiga é de 10 a 14 dias após o último tratamento. Em alguns pacientes a fadiga interfere na capacidade de realizar atividades de vida diária como tomar banho e se vestir, limpar a casa, fazer compras, subir escadas e nas atividades de trabalho normais, alterando a capacidade de concentração, a relação com outros e o humor.

O tratamento da fadiga oncológica tem por objetivo melhorar a capacidade cardiovascular, diminuir a gordura corporal em excesso, aumentar a resistência muscular, força e flexibilidade.

O tratamento farmacológico inclui antidepressivos, psicoestimulantes, corticosteróides e correção da anemia, no entanto, suas indicações devem ser avaliadas e prescritas pelo médico especialista, devido aos efeitos colaterais que estas drogas podem causar, podendo até aumentar a fadiga.

Outros tratamentos incluem psicoterapia para melhora das alterações cognitivas, melhora do humor e a correção dos distúrbios nutricionais e do sono.

Agora você deve estar pensando, mas se estou cansada, fadigada, eu não deveria ficar de repouso?

Não, não !!!! Ao contrário do que se pensa o descanso prolongado, em vez de ajudar, pode fazer o efeito contrário, piorando o quadro de fadiga, pois a inatividade física propicia um catabolismo muscular intenso.

E é aí que a fisioterapia entra!

A fisioterapia cria um programa de exercícios moderados de baixo impacto e aeróbicos leves personalizados, para aumento da capacidade funcional e da tolerância à atividade física.

Podem ser realizadas caminhadas, esteira ou bicicleta ergométrica, hidroterapia, exercícios com pesinhos, alongamentos e relaxamento, e exercícios ventilatórios com técnicas específicas de reabilitação cardiopulmonar.

Os exercícios devem ser realizados de 3 a 5x na semana, de preferência diariamente, por pelo menos 30 minutos. Se o paciente não conseguir realizar 30 minutos contínuos, pode inicialmente fragmentar esse tempo várias vezes ao dia. Por exemplo, 10 minutos pela manhã, mais 10 minutos no início da tarde e os 10 minutos restantes no fim da tarde.

Ainda, é necessário aconselhar os pacientes sobre estratégias para diminuição da fadiga, como técnicas de conservação de energia, lazer e manejo do estresse.

Todos esses fatores associados diminuem as alterações deletérias causadas no metabolismo, melhorando assim a saúde e a qualidade de vida dos pacientes e cria melhor expectativa no combate da doença. Mas fiquem atentos, os exercícios devem ser realizados com supervisão especializada. Para isso procure fisioterapeutas e professores de educação física especialistas em oncologia. Eles saberão prescrever os exercícios mais corretos para o seu caso!

Fonte
Dra. Jaqueline Munaretto Timm
Fisioterapeuta, especialista em fisioterapia oncológica e fisioterapia uroginecológica
Diretora Científica do Portal Oncofisio
Fonte:www.oncofisio.com.br

terça-feira, 19 de julho de 2011

Efeito do Extrato de Guaraná (Paullinia cupana) na Fadiga Associada ao Câncer

A sensação de fadiga crônica é um sintoma muito freqüente que acomete cerca de 60% dos pacientes oncológicos, podendo influenciar de forma negativa a sua qualidade de vida.

Neste sentido, um grupo de investigadores da Universidade do ABC paulista e do Jackson Memorial Hospital de Miami apresentaram no último Congresso Americano de Oncologia os resultados de uma pesquisa sobre os efeitos do extrato de Guaraná no sintoma de fadiga em um grupo de pacientes com câncer de mama em tratamento quimioterápico.

O Guaraná (Paullinia cupana) é uma planta nativa da bacia do Amazonas e que tem sido utilizada como estimulante desde os tempos Pré-Colombianos.

Neste estudo, as pacientes com sintomas de fadiga após o primeiro ciclo de tratamento quimioterápico foram randomizadas a receber 50 mg de guaraná duas vezes ao dia (32 pacientes) ou a fazer uso de placebo (43 pacientes).

Ambos os grupos foram tratados durante 21 dias. Após um período de 7 dias sem tratamento, as pacientes passavam a receber o tratamento do outro grupo. Foram realizadas avaliações nos dia 1, 21 e 49 com escalas de fadiga, qualidade do sono, ansiedade e depressão.

Os pesquisadores encontraram que o uso de extrato de guaraná diminuiu de forma significativa os sintomas de fadiga nas pacientes. Não houve episódios de toxicidade sérios nem qualquer impacto na qualidade do sono das pacientes. Não foram identificados efeitos sobre a depressão ou ansiedade.

Os investigadores concluíram que o guaraná é uma opção efetiva, barata e não-tóxica para o tratamento da fadiga em pacientes com câncer de mama em tratamento quimioterápico.

Novos estudos são necessários para confirmação desses resultados e para avaliar o uso de extrato de guaraná para o tratamento da fadiga em pacientes com outros tipos de câncer.


Fonte: Congresso Americano de Oncologia – 2010, abstract 9007

A comunicação com o paciente com câncer e seus familiares

Segundo os médico oncologista Antônio Fabiano, a maior lição que aprendeu em medicina veio de um antigo professor, que lhe falou: “você nunca deve conversar com um paciente em pé ou apressadamente em um corredor!” Com o passar dos anos, no exercer de sua profissão, foi possível perceber a profunda verdade dessas palavras.

A comunicação com o paciente oncológico e seus familiares é tão importante na evolução do tratamento, que evitamos ao máximo diálogos rápidos e impessoais. Como regra, conversamos com pessoas em um momento de grande aflição e angústia em suas vidas. Nesta situação, é normal que a sua capacidade de compreensão esteja diminuída. Desta maneira, a utilização de uma linguagem complicada, baseada em termos técnicos e científicos, não costuma esclarecer o paciente e sua família, causando distanciamento entre o médico e o paciente e, conseqüentemente, dificultando o sucesso do tratamento.

Além do uso de linguagem simples e compreensível por parte do médico, é importante que o paciente e seus familiares se sintam amparados em suas emoções. No momento do diagnóstico e início do tratamento, sentimentos de raiva, tristeza e medo, são experimentados pela maior parte dos pacientes e seus familiares, sendo normais nesta situação.

Depois de vencida esta etapa, o plano de tratamento deve ser comunicado de uma maneira simples e clara, permitindo o esclarecimento de quaisquer dúvidas que possam surgir. Este ato, aparentemente simples, contribui grandemente para o sucesso do tratamento, diminuindo os efeitos colaterais e aumentando sua eficácia. E o remédio mais antigo continua sendo o mais importante, aliado a todas as inovações tecnológicas: a opção de contar com um Oncologista e um Serviço de Oncologia de sua confiança.

Drs. Antônio Fabiano Ferreira e Daniela Lessa
Oncologistas da Oncosinos

Fonte: www.oncosinos.com.br

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Alimentos contaminados no processamento

Os resíduos e contaminantes químicos orgânicos e inorgânicos capazes de apresentar riscos para a saúde humana estiveram em destaque no 10º Simpósio Internacional Abrapa de Inocuidade de Alimentos, realizado nos dias 20 e 21 de junho, em São Paulo, pela Associação Brasileira para a Proteção dos Alimentos (Abrapa).

O evento, realizado no Conselho Regional de Química, teve como objetivo ressaltar os aspectos atuais da segurança química e microbiológica da alimentação humana em todo o mundo, com destaque para o Brasil. Para isso, representantes de órgãos como o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura apresentaram resultados de estudos e de iniciativas na área.

Adriana Pavesi Arisseto, pesquisadora do Ital, ressaltou que, ao mesmo tempo em que certos procedimentos são adotados para melhorar a qualidade e a variedade de alimentos a serem consumidos pelos brasileiros, eles também podem oferecer riscos para a saúde humana, dependendo de como são empregados.

Uma dessas práticas é o processamento de alimentos. “Certamente é um processo sem o qual não conseguimos viver, mas traz também desvantagens”, disse.

Durante sua exposição, Arisseto assinalou aspectos positivos do processamento, entre os quais a segurança alimentar, a eliminação de bactérias patogênicas, toxinas e enzimas, o aumento na quantidade de nutrientes e a oferta de alimentos mais convenientes e diversificados.

“No entanto, certos processos podem gerar para os produtos finais certas desvantagens. Um deles é a perda de nutrientes, como as vitaminas, e de qualidade sensorial, além da eventual formação de substâncias tóxicas”, disse.

A pesquisadora explicou que tais substâncias tóxicas não estão presentes na matéria-prima. Sua formação depende do processo aplicado no alimento ou, então, das reações químicas ocorridas entre os próprios compostos – que podem estar presentes nos alimentos ou são adicionados no processamento.

“Esses compostos são preocupantes por duas razões. A primeira se deve ao fato de que a sua presença é impossível de ser evitada. E a segunda é o potencial tóxico que apresentam. A maioria é carcinogênica, associada a fatores tóxicos como, por exemplo, neurotoxicidade, citoxicidade, entre outros efeitos adversos”, alertou.

A maioria dessas substâncias tóxicas é formada durante o tratamento térmico do alimento. Um exemplo está no churrasco: hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) – formados quando a gordura da carne respinga no carvão por conta do calor – juntam-se à fumaça e aderem à carne. Estudos indicaram que a ingestão elevada de HPAs pode representar riscos à saúde, como o desenvolvimento de câncer.

Entre os produtos críticos citados por Arisseto, a maioria envolve óleos – por conta da fritura –, cloreto de sódio e gordura saturada. Atualmente, Arisseto faz pós-doutorado no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) com bolsa da FAPESP, dedicando-se a estudos sobre ocorrência de furano em alimentos. O furano é uma substância contaminante que pode causar câncer e foi identificada pela primeira vez em 1968, no café.

De acordo com ela, a preocupação mundial com o tema ressurgiu a partir de um estudo da Administração Americana de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), que revelou a presença de furano em diversos alimentos processados em embalagens fechadas, como alimentos em conserva e alimentos infantis.

“A formação do furano é um pouco complexa e ainda não está completamente elucidada. Os dados indicam que ele pode se formar a partir da reação de Maillard – uma reação química entre um aminoácido ou proteína e um carboidrato reduzido – e que os potenciais precursores são os açúcares, o ácido ascórbico e os ácidos graxos poliinsaturados”, disse a pesquisadora.

Embora sejam realizados estudos sobre os contaminantes, Arisseto ressaltou que o mecanismo exato de formação da maioria das substâncias ainda é incerto e alertou para o surgimento de outras.

“Existe hoje um esforço muito grande de se realizar estudos epidemiológicos e toxicológicos, mas é muito difícil saber quais são os verdadeiros riscos envolvidos na presença dessas substâncias nos alimentos. E já que é impossível evitar que sejam formadas, acredito que seja importante desenvolver estratégias para diminuir sua formação e, dessa forma, diminuirmos também a ingestão dessas substâncias e o risco para a saúde humana”, disse.


Agência FAPESP