O Câncer e a obesidade são as duas principais epidemias da
atualidade. Estimativas globais recentes mostram que 1,46 bilhões de
adultos estão acima do peso (Índice de Massa Corporal, IMC > 25
kg/m2) e 502 milhões de adultos são obesos (IMC > 30 kg/m2). Além
disso, 170 milhões de crianças e adolescentes (com idade
<18 anos) foram classificados com sobrepeso ou obesidade, segundo
dados publicados em uma revista científica dos EUA. Existem estimativas
que associam o excesso de peso à 20% de todos os cânceres.
Sabemos que mulheres
com excesso de peso têm risco aumentado para o desenvolvimento de
câncer de útero e mama após a menopausa. Além disso, evidências
crescentes sugerem que o aumento da adiposidade está associado à maior
incidência de uma grande variedade de tumores incluindo cólon e reto,
ovário, vesícula, esôfago, pâncreas, rim, fígado e próstata.
A obesidade é definida como um estado
de inflamação crônica. Existem fortes evidências mostrando que a
resposta inflamatória favorece a ativação da tumorigênese e
carcinogênese (formação de células cancerígenas). Isso é explicado, por
exemplo, na doença inflamatória intestinal que é associada ao maior
risco de câncer de cólon, nas hepatites virais ao maior risco de câncer
hepático, dentre outros. O processo inflamatório contribui para a
sustentação de todo o metabolismo tumoral.
As células
de gordura aumentam a produção hormonal (principalmente estrogênio) e
estimulam o crescimento de outras células, características estas que
contribuem para acelerar a divisão e a reprodução celular e, quanto mais
células se duplicam, maiores as chances de alguma replicação ser
inadequada, originando uma célula maligna. A partir disso, esses
hormônios produzidos em excesso levam à uma rápida reprodução das
células cancerígenas.
A atividade física é muito importante para redução de peso e tem efeito protetor na formação de células tumorais. Vários mecanismos tem sido propostos para explicar esse efeito protetor que a atividade física tem: redução dos níveis circulantes de estrogênio, de insulina (que é um dos fatores sabidos de estímulo às células tumorais), impacto nas prostaglandinas (redução da inflamação nos tecidos) e melhora na função imune.
Existem fatores
de risco modificáveis, ou seja, que podemos controlar, como o tabagismo,
uso crônico de bebidas alcoólicas, sedentarismo, má alimentação e sobrepeso.
Cabe a cada um optar por um estilo de vida mais saudável para que possamos reduzir ao máximo a incidência de qualquer tipo de câncer.
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